Vejam só. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estados governados pela direita, a pauta é a segurança pública. O Rio e São Paulo exportam as facções para todo o Brasil. A televisão, a internet, as novelas e os filmes servem de inspiração.
Das telas para a vida real, sobrou para a periferia a condução de prisioneiros das milícias e organizações criminosas. O bandido, ao se ver na TV ou ter seu nome citado, sente-se superior. O roteiro garante o fascínio e constrói o medo. Vivemos assim.
Na vida real, não se sabe ao certo a dimensão da preocupação da população com a pauta policial ou com a presença das facções em nossas vidas. Os shoppings estão lotados, os bares e restaurantes distribuem senhas por conta da grande procura.
Onde a direita governa, como citei acima, a esquerda ataca 24 horas com a pauta da violência. E onde a esquerda governa, como no Nordeste, a direita monta artilharia diária sobre o tema. O teatro político tem contribuído para a construção do medo.
No passado, tivemos os “cartãozeiros”, o novo cangaço aterrorizando cidades. Todos estão presos ou mortos. Agora são as facções — algo muito mais organizado, porque envolve do pobre ao rico, do político ao empresário e, mais grave, até mesmo integrantes das forças de segurança.