No dia 6 de agosto de 2015, o radialista Gleydson Carvalho (36 anos) foi assassinado com três tiros dentro do estúdio da Rádio Liberdade FM, em Camocim, durante a transmissão ao vivo de seu programa.
O crime chocou o país e ganhou repercussão internacional pela ousadia dos executores e pela motivação diretamente ligada ao exercício da profissão. O caso mobilizou a imprensa, autoridades e entidades de defesa da liberdade de expressão.
Gleydson era conhecido por denunciar irregularidades na administração pública e por suas críticas firmes a políticos locais. O radialista já havia recebido ameaças antes do crime. As investigações indicaram que o assassinato foi motivado por suas críticas à gestão do então prefeito de Martinópole, James Bell, investigado por corrupção.
O pistoleiro Thiago Lemos da Silva, um dos acusados de participação direta no crime foi condenado a 27 anos de prisão. Duas mulheres também suspeitas de envolvimento no crime, Gisele Souza do Nascimento e Regina Rocha Lopes, foram condenadas a 23 anos de reclusão.
Em janeiro de 2024, quase nove anos depois, João Batista Pereira da Silva, conhecido como “Batista Dentista” e tio do ex-prefeito de Martinópole, foi preso na Região Metropolitana de Fortaleza. Apontado como um dos mandantes, ele teria encomendado e financiado o assassinato.
Também são citados como colaboradores no planejamento ou custeio do crime Francisco Pereira da Silva (irmão de Batista), que chegou a ser preso em 2015, e Valdir Arruda Lopes, atualmente detido, conforme denúncia do Ministério Público.
Apesar de parte dos envolvidos já ter sido responsabilizada, a busca por justiça plena e por respostas definitivas sobre todos os autores intelectuais ainda permanece.
Relembrar Gleydson é reafirmar o compromisso com a liberdade de imprensa e com o direito à crítica — pilares fundamentais de qualquer democracia. Seu legado permanece vivo na memória de quem acredita no poder transformador da comunicação.