Certamente, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, tem uma das leituras mais lúcidas sobre o movimento político que ocorre no Brasil. As ações são jogadas de mestre do marketing, com objetivo claro: fazer crescer a extrema-direita. E tem surtido efeito.
A tática é evidente: desqualificar instituições como o STF, a Presidência da República e o Congresso Nacional. Atacar é a estratégia escolhida, porque a população, diante das dificuldades para melhorar de vida, tende a aderir rapidamente ao discurso contrário.
A fala do governador, ao afirmar que Ciro Gomes quer se apoiar na extrema-direita para viabilizar uma candidatura ao governo, explicita o reconhecimento desse avanço. “Ele pensa que o André é tolo. Quer usar a extrema-direita e depois jogar fora”, disse Elmano. A frase tem efeito duplo: desqualifica Ciro e sugere um distanciamento estratégico.
Ao reconhecer o crescimento da extrema-direita, Elmano ressalta o papel do centro democrático, que, unido, ainda representa ampla maioria no Ceará. Sua proposta é manter a estabilidade política do Estado com o apoio desse campo, que pode garantir uma reeleição sem atropelos ou surpresas.