Li com atenção um texto de leitor que nunca simpatizou com os pensamentos do ex-governador e ex-senador Tasso Jereissati. O texto é profundo.
Diz José de Assis Neves: “Caro Roberto Moreira, não sei se terá coragem de publicar esse pequeno manifesto de quem votou no Tasso como homem à época de centro-esquerda para enfrentar os coronéis. A vitória de Tasso em 1986 deve ser atribuída a dois homens, Gonzaga Mota, a quem nunca agradeceu, e José Sarney que, com seus fiscais, elegeu 26 dos 27 governadores que Jereissati também nunca agradeceu.
Não sou dos adeptos no qual seu governo nada realizou a não ser destruir o serviço público e ser midiático para receber prêmio. Creio que trouxe recursos federais como dinheiro para o início do Porto do Pecém, Castanhão e Aeroporto, todos concluídos por seus sucessores que odeia por não terem sido seus obedientes liderados, inclusive, o próprio Ciro que está retornado a casa do pai onde os dois se renderão a Bolsonaro, donos dos votos da direita em 2026, como Sarney foi há 40 anos, em 2005.
Caro Roberto Moreira, não votarei em lulistas e bolsonaristas e nem em conchavos secretos para que tenham o saboroso prazer da vingança ou a alegria de seguirem em frente. Penso que só retornaremos a votar bem e com clareza quando sairmos da miséria política que enfrentamos, apesar dos avanços”.
Resposta: Caro leitor José de Assis Neves, o identifico como eleitor de esquerda. Você sempre questiona meus informes. Poderia ter colocado seu campo ideológico. Publiquei seu texto por conter informações colocando o passado e o presente em momentos históricos. Estou respondendo que não vejo semelhança. Na época em que Tasso foi eleito, a luta era contra os coronéis, pelo fim da ditadura e Tasso era personagem ao lado de Gonzaga Mota. Sua insistência é equivocada. Quanto à eleição de Ciro para prefeito, foi resultado da popularidade de Tasso por ter tido governo realizador, como foram os governos que o sucederam.
As consequências políticas que levaram Tasso a se opor aos governos anteriores somente ele pode explicar. Todos estão seguindo projetos implantados há anos. O Pecém é o Porto do desenvolvimento, o Aeroporto continua em expansão e o Castanhão está aí sendo usado para pescaria e para receber água do São Francisco.
Até onde apurei, Tasso Jereissati não é candidato a nada, está empolgado em ser ouvido e está exercendo uma vingança por não ter sido ouvido na sucessão de 2022, onde os candidatos foram Elmano e Camilo, e em 2024, quando o candidato foi Evandro Leitão. Os bastidores nunca vieram a público.