A Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram uma proposta que derrubou três decretos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em derrota para o governo, o decreto foi derrubado pelo voto de 383 deputados. Apenas 98 votaram a favor do governo, ou seja, pela manutenção do decreto. No Senado, a votação foi rápida e simbólica, por unanimidade.
A derrota do presidente Lula no Parlamento, na verdade, foi um teste importante para os opositores. Um grupo pretende, no segundo semestre, impor o impeachment do presidente Lula por não cumprir metas fiscais, alegando que o governo gasta mais do que arrecada.
Os fatores que impedem o impeachment são a não comprovação da tese de que o governo gasta mais do que arrecada e o Supremo Tribunal Federal. A Corte suprema vê com desconfiança os atos da direita e da extrema-direita, que decidiram se unir para tentar eleger o presidente da República.
O processo político brasileiro está passando por uma fase de afirmação. A iniciativa dos deputados e senadores de abocanhar, por meio de emendas, parte do Orçamento da União fez nascer, no Congresso Nacional, um sentimento de superpoder — numa mistura de Executivo e Legislativo.