Ciro Gomes está na disputa política desde quando ainda vestia a camisa da Arena, partido de ultradireita que deu sustentação política à Ditadura Militar, mesmo tendo um perfil mais ao centro ou à centro-esquerda. Ocupou cargos públicos relevantes. Foi deputado, prefeito, governador, ministro e tem quatro disputas presidenciais no currículo. É um político profissional.
Tasso Jereissati tem um histórico diferente. Nasceu no MDB, que lutou contra a Ditadura, foi três vezes governador do Ceará e duas vezes senador da República. Tasso carrega a mágoa de não ter sido ministro da Economia. É outro político profissional. Tasso é respeitado por sua postura irretocável no uso do dinheiro público.
Ciro e Tasso estão aproveitando a pré-campanha antecipada para tocar fogo no jogo eleitoral, articulando movimentos de lançamento de candidaturas. Certa vez, ao ser derrotado para o Senado, Tasso disse que “iria cuidar dos netos”. Em manobra posterior, foi para a disputa e venceu, se tornando mais uma vez senador. Ele é uma surpresa.
A união de Ciro e Tasso com a extrema direita é provável? Sim. Na eleição municipal, fizeram crescer a candidatura de André Fernandes. A capacidade do líder político do Ceará, Camilo Santana, é a dor de cabeça de Ciro e Tasso. Eles não sabem a tática de Camilo e suas manobras para inviabilizar alianças de oposição.
Outra adversidade é o crescimento e a consolidação do governador Elmano de Freitas nas pesquisas, bem como o prestígio conquistado junto às lideranças políticas no sertão. Uma frase de Cid Gomes, repetida pelo ministro Camilo, é muito forte: “cabe à oposição apresentar candidato”. Por enquanto, a oposição está batendo cabeça. Isso desgasta qualquer projeto.