O SENAI Ceará, por meio de sua Unidade de Inovação e Tecnologia (UNITEC), em parceria com a empresa ArgoTech e a Universidade Federal do Ceará (UFC), aprovou um projeto no edital FINEP Mais Inovação Brasil – Energias Renováveis com foco no desenvolvimento de um sistema de gestão de produção de Hidrogênio Verde a partir de uma nova tecnologia, alternativa aos combustíveis fósseis e mais barata.
O projeto, liderado pela ArgoTech, conta com contribuição do Laboratório de Mecânica da Fratura e Fadiga (LAMEFF) da UFC, sob a coordenação do professor Ênio Pontes. O SENAI Ceará, por sua vez, fornece consultoria técnica e promove a capacitação da equipe envolvida em Hidrogênio Verde, facilitando a transferência do conhecimento gerado para o mercado e o meio acadêmico.
A inovação se baseia no uso de uma membrana de quitosana, componente encontrado em cascas de camarão e caranguejo, que substitui a membrana sintética comumente utilizada nos eletrolisadores, importada e de custo mais elevado. A descoberta é fruto da tese de doutorado do físico Santino Loruan, pesquisador do LAMEFF, orientada pelo professor Ênio Pontes.
“Esse projeto representa um grande avanço para o desenvolvimento da produção de hidrogênio verde no Brasil, e em especial no Ceará, por permitir que essa energia seja desenvolvida utilizando um recurso que nós temos em abundância no nosso litoral. A parceria com o SENAI Ceará para a capacitação da equipe representa um investimento não apenas em tecnologia, mas também em conhecimento técnico, o que ajuda a consolidar a posição do Brasil como um dos pioneiros no mercado de hidrogênio verde”, opina Paulo André Holanda, Diretor Regional do SENAI Ceará e Superintendente do SESI Ceará.
Para o gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do SENAI Ceará, Tarcísio Bastos, a aprovação desse projeto traduz o aumento da competência da UNITEC e consequentemente do SENAI na captação de recursos que apoiem, com mais robustez, ações voltadas para o desenvolvimento da indústria cearense.
O edital FINEP Mais Inovação Brasil — Energias Renováveis, de alcance nacional, foi criado para impulsionar o desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores no país, promovendo parcerias entre empresas brasileiras e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs). A ArgoTech se destaca como uma das primeiras empresas do Ceará e do Nordeste a ter seu projeto aprovado nesse edital, com um investimento de aproximadamente 6 milhões de reais. Além da ArgoTech, outra empresa cearense, a Aeris Energy, também teve seu projeto aprovado no edital, reforçando o protagonismo do Ceará no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis no país.