sexta-feira, 29 de novembro de 2024

IJF está falido e, por lei, deveria ser entregue ao Estado ou à União


O erro de planejamento ao promover a expansão e a má administração levaram o IJF à falência financeira. O custo do hospital é 10 vezes maior do que a receita. E o mais grave: a corrupção agravou a situação. 

O IJF é um estupro à Constituição Federal. A Prefeitura não pode ser gestora de um hospital de alta complexidade. O papel do município é promover o atendimento primário à população, oferecendo vacinas, postos de saúde, pequenos hospitais para um atendimento simples, e não operar traumatismos, fraturas, câncer, pacientes cardíacos. 

Para situar o leitor, o IJF custa cerca de R$ 800 milhões por ano, quase toda a receita do IPTU, uma das maiores fontes de Fortaleza. A União, por meio do SUS, repassa R$ 95 milhões e o Governo do Ceará R$ 80 milhões, recursos que representam 25% das despesas. 

A Prefeitura de Fortaleza, de forma equivocada, possui oito hospitais de grande porte, um absurdo. É caso único no Brasil. Ora, uma rede desse porte carece de muito dinheiro e o SUS poderia bancar, o Estado, também, mas jamais uma Prefeitura igualmente falida por conta da má gestão.

O prefeito eleito Evandro Leitão recebe relatos diários da quebradeira municipal. De forma correta, só deve se pronunciar após assumir o cargo, em janeiro de 2025. Ele pensa em governar olhando para o futuro. O passado é problema do TCE e do Ministério Público.