sábado, 5 de outubro de 2024

“Prefeito de Boa Viagem, candidato à reeleição, promoveu nomeações no período eleitoral”, acusa Deodato Ramalho


“Os vícios do nosso processo eleitoral, cujas raízes mais profundas estão fincadas no coronelismo da época da velha república, mesmo com todos os nossos avanços institucionais, ainda resiste nos dias que correm. O uso da máquina pública para patrocinar candidaturas é aberto e escancarada. Mesmo em municípios em que candidatos são praticamente imbatíveis, quase que como candidatos únicos, esses vícios são recorrentes, o que, aliás, coloca em riscos essas fortes candidaturas. Não o risco de perder no voto, mas risco de serem alvejados pela Justiça Eleitoral, que, como se sabe, para o bem da nossa frágil democracia, tem sido muito rigorosa no sentido de coibir os abusos do poder econômico e do poder político. Em Boa Viagem, por exemplo, onde o prefeito disputa a eleição com enorme favoritismo, ao ponto de não ter tido nenhuma liderança com força e com a coragem de enfrentá-lo, com um candidato absolutamente sozinho, no caso o advogado, fisioterapeuta e capitão da reserva do Exército, Dr. Amâncio Filho, PSOL, o candidato à reeleição, Régis Carneiro, possivelmente caiu na armadilha de não compreender que os tempos são outros, abrindo um enorme flanco para ser alcançado pela lei eleitoral. O fato é que o candidato de oposição ajuizou ação de investigação eleitoral com fortíssimo potencial de levar à cassação do registro ou de eventual mandato que o prefeito conquiste no próximo dia 6. A denúncia dá conta de um vigoroso uso da máquina pública para favorecer o candidato, com até mesmo a inacreditável contratação de servidores temporários no período de três meses anteriores ao pleito. A ser confirmado, ou se tratou de um estupendo amadorismo ou, o que é pior, um profundo menoscabo com a lei eleitoral”. 

Deodato Ramalho, 

Advogado