domingo, 26 de maio de 2024

Agro cearense tem reunião com ministro, nesta semana, sobre perímetro irrigado de Araras

A expectativa é que o encontro conte com a presença do governador Elmano, do presidente da Faec, Amílcar Silveira, do secretário do Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, e do presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), Amílcar Silveira, se reúne, em Brasília, com o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), para garantir a transferência do perímetro irrigado de Araras, no município de Varjota, no Interior do Ceará, para a Faec. Conforme o presidente, em entrevista exclusiva ao OPINIÃO CE, o terreno não vem sendo bem aproveitado, já que, de 3.200 hectares de terra, apenas 679 estariam sendo utilizados para a produção. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão federal, é o atual gestor dos 14 perímetros irrigados no Ceará.

De acordo com Amílcar, a gerência do terreno seria compartilhada junto à Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), do Governo do Ceará; do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae), que faz parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

“Por seu baixo grau de utilização, queremos fazer dele [o perímetro irrigado da Varjota] um bom modelo e um distrito de irrigação para exportação, mantendo os produtores que estão lá e trazendo gente de fora para cooperar”, afirmou o presidente. 

Na última sexta-feira (24), Elmano se reuniu com empresários do ramo do agronegócio. Segundo Amílcar, a solicitação sobre os perímetros irrigados foi uma das principais pautas discutidas. “Temos que utilizar melhor os perímetros irrigados, e pedimos para o governador intermediar uma conversa com o ministro”.

A solicitação para a transferência do perímetro de Araras, do Dnocs para a Faec, já havia sido feita no mês de agosto de 2023. Na ocasião, o ministro Waldez Góes recebeu Amílcar, o senador Cid Gomes (PSB), o presidente da Rede Nacional de Agricultura Irrigada (Renai), Luiz Roberto Barcelos, e o secretário executivo da SDE, Sílvio Carlos Ribeiro. O presidente da Faec afirmou que a transferência só não ocorreu ainda, pois precisaria do aval do ministro.

“O governador se empenhou em ir com a gente para resolver essa problemática que está acontecendo, da gestão de algumas pessoas com o Dnocs, que está deixando o perímetro obsoleto há mais de 30 anos. Queremos regularizá-lo e fazer dele um bom modelo para o Brasil”.

Questionado se a Faec solicitaria a transferência da gestão de outros perímetros, o presidente afirmou que, em um primeiro momento, não. “A princípio, é fazer modelos rentáveis geridos por produtores para que eles possam ser multiplicados”, disse. “O Ceará tem 14 perímetros e nenhum deles funciona adequadamente”, criticou o presidente.

REUNIÃO COM ELMANO

Na sexta, Elmano recebeu, no Palácio da Abolição, empresários do agronegócio. Segundo o chefe do Executivo, o encontro teve o objetivo de discutir projetos e políticas públicas para “fortalecer o setor e impulsionar as exportações” no Estado.

Conforme o governador, o agronegócio é responsável por cerca de 25% do PIB do Ceará e tem expectativa de crescimento, o que deve gerar mais emprego e renda para a população cearense. “Já tivemos conquistas em 2023, como a isenção do ICMS para a cadeia produtiva do leite, uma demanda apresentada pelos produtores. O diálogo continua para implantarmos mais ações e promover o desenvolvimento econômico”, acrescentou.

Em janeiro deste ano, o chefe do Executivo estadual assinou decreto definindo a ampliação para 100% da isenção do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a saída de produtos lácteos no Ceará. A determinação atendeu a uma demanda do segmento. O benefício é concedido desde que o leite seja adquirido de produtores cearenses. Conforme o governador, o Estado tem mais de 73 mil produtores, sendo o 3° maior produtor do Nordeste e responsável por mais de 1 bilhão de litros de leite por ano. “A isenção do ICMS colabora para o fortalecimento do setor leiteiro, tornando o Ceará mais competitivo para atrair novas indústrias do segmento e, com isso, gerar mais empregos para os cearenses”, disse, na oportunidade.