O senador Cid Gomes faz política juntando partido e pessoas. Seu histórico demonstra o estilo que obteve sucesso eleitoral.
Na atual conjuntura, o PT, seu aliado preferido, mudou de estratégia e rota: quer ser protagonista no Ceará, ficando com as maiores prefeituras, o maior número de prefeitos e ainda conquistar Fortaleza. Cid Gomes não diz diretamente, mas vê risco no ambicioso plano.
Leiam as frases do senador Cid Gomes sobre a escolha do candidato a prefeito de Fortaleza pelo PT:
1- “Não há nenhum questionamento ou dúvida de que todo aquele arco de aliança que esteve comigo lá atrás, que respaldou o governo do Camilo e que, boa parte, apoiou o Elmano (...) deva ter um candidato só”
2- “Devemos ter aqui um candidato da situação, da Prefeitura. Acho que dois candidatos no campo mais conservador e teremos o candidato de centro-esquerda, que deve ser resultado aí desse entendimento entre PT, PSB, PSD, MDB, Republicanos e PP”.
3- “Não sou dono da verdade e nem sou radical, mas eu acho que o exemplo que temos aqui no Ceará, de compartilhamento de poder, de não-concentração, de não-hegemonização da política, acho que é algo bom. Portanto, eu tenho defendido, com lealdade, que a gente possa ter um candidato que não necessariamente seja do mesmo partido que já tem a Presidência da República e que tem o Governo do Estado”.
4- “Eu penso que o nome deve ser consequência de um projeto — que é o que deve ser feito em primeiro lugar — e de um arco de partidos, por último (escolhe-se) o nome que melhor representa essas duas coisas. É assim que eu defendo que aconteça. Pode ver meu histórico, que o nome foi sempre escolhido ao final. Eu não gosto dessa tese de já colocar os nomes e depois procurar aglutinar pessoas, porque acho que ninguém deve aglutinar pessoas em torno de nomes, a gente deve aglutinar em torno de propostas”
5- “Pelo meu gosto, já deveríamos estar discutindo Fortaleza, e o PSB está disponível para isso. A gente não apresenta uma candidatura do Chico, porque acha que o Chico é melhor que o Manoel. Precisamos comparar projetos, ver o que está acontecendo. Se estiver tudo muito bem na Prefeitura de Fortaleza, qual é o sentido de ter uma candidatura de oposição? Eu penso que deve ter uma candidatura de oposição, porque tem muito o que melhorar em Fortaleza, muito mesmo. Portanto, é importante que a gente já vá fazendo o diagnóstico, torne essas coisas públicas, compare, veja como já foi no passado, o que avançou, o que fez para retroagir e proponha, assuma compromissos”,
Fica claro pelas frases que o senador Cid Gomes fala não por si só, mas pelos partidos aliados. Pela liderança que exerce, pelo bom relacionamento que mantém com Camilo, Guimarães e Elmano, ele faz uma advertência com o objetivo de o PT refletir sobre os riscos do ponto de vista do eleitor.
A frase do presidente do PSB no Ceará, Eudoro Santana, fecha com o pensamento de Cid Gomes. “A chance (de lançar candidatura própria) existe para qualquer partido, mas a nossa tese é de primeiro lançar o conjunto dos partidos que apoiam o projeto ‘Ceará cada vez mais forte’, liderado pelo Camilo, pelo Elmano e pelo Cid. Esse candidato pode ser do PT, do PSB, do Solidariedade ou dos partidos que estão coligados”.
O presidente do PSB de Fortaleza, o sobralense e professor da UFC Osmar de Sá Pontes, estudioso sobre política e comportamento da sociedade segue no mesmo tom. “O partido (PSB) tem grandes nomes, nós temos gente para ser prefeito de Fortaleza com muito mais potencial do que qualquer partido, mas nós respeitamos o processo, porque queremos construir conjuntamente uma alternativa”.
O PSB deixou claro seu pensamento sobre a sucessão em Fortaleza.