Todos devem defender seus direitos, faz parte do jogo de poder. Essa ação do Estado do Piauí, que pretende tomar terras cearenses, parece deselegante e inapropriada com um Estado vizinho e parceiro.
É sabido que o Piauí reivindica no Supremo Tribunal Federal (STF) terras atualmente pertencentes ao Ceará. O pedido afeta diretamente os territórios de 13 cidades cearenses, onde vivem cerca de 35 mil pessoas e o Piauí diz ter provas históricas sobre a jurisdição da região. Não é verdade. O Ceará cedeu o Delta do Parnaíba e todo o litoral do Piauí em troca da Serra da Ibiapaba e de terras pobres dos Inhamuns.
A troca foi uma concessão para que o Piauí tivesse acesso ao mar, um negócio que beneficiou os irmãos piauienses. Infelizmente, politiqueiros e filhos do Piauí sem diplomacia armaram essa disputa.
Ceará e Piauí são velhos parceiros. O povo do Piauí vem para o Ceará estudar e em busca de oportunidades. O Tribunal de Justiça é composto por muitos magistrados do Piauí. Etevaldo Nogueira se tornou grande empresário no Ceará. Esses dois casos mostram o espírito de união entre os povos.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal têm evitado o julgamento dessa ação, propondo um entendimento. Nos bastidores, o tema é tratado como questão de honra entre os piauienses e no meio político não se fala nada.
É uma irresponsabilidade cívica jogar um Estado da federação contra o outro. É inaceitável pensar em tentar fazer prosperar essa ação odiosa e sem propósito. A região da Ibiapaba, segundo seus moradores, pertence ao Ceará.
O Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) deixa claro.