segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Chuva agitou palanque eleitoral de Fortaleza


A política tem algo apaixonante que é fazer desabrochar as loucuras de ocasião para se tirar proveito. Pré-candidatos mergulham no aguaceiro, nas ruas, usam jet ski, barcos em vias inundadas que parecem rios. É do jogo. 

Nada como uma chuva forte que castiga a cidade e o povo, alaga ruas, destrói calçamento, asfalto, moradias e faz aparecer o lixo escondido que deveria ter sido coletado para evitar cheias. Tudo serve para se construir um discurso de oposição e se ouvir versões oficiais.

A água tão aguardada da chuva que caiu na Região Metropolitana atingiu o palanque e os interessados surgiram como salvadores. É natural buscar culpados, acusar opositores. Na verdade, ninguém consegue evitar alagamentos e cheias. Não existe prefeito e cidade capazes de vencerem a força da natureza. 

Tem muitas piadas sobre política em tempo de chuva. O mestre Ariano Suassuna conta que participou da inauguração de uma barragem na Paraíba. Um ano depois, voltou lá e não existia mais a barragem. Ele perguntou: o que houve? O prefeito respondeu que foi só para a eleição.