quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Foi ruim para o governo levar ao Plenário a crise entre Ciro e Cid


O deputado Guilherme Bismarck (PDT) fez o discurso de abertura da sessão da Assembleia desta terça-feira, 1/11. Ele reclamou de um vídeo com “montagem”, excluindo na edição a fala completa dos irmãos e colocando apenas Ciro e Roberto Cláudio como vítimas e Cid como "traídor”. A oposição tripudiou, tirou proveito, e a sessão ficou tensa, com todos de cabeça quente. A tática do governo era não ficar no tema. Os deputados estão furiosos com os ataques proferidos por Ciro na reunião da Executiva nacional do PDT e na convenção do PSDB, quando o ex-ministro falou em corrupção nos órgãos do governo.


O momento mais tenso foi durante o discurso do líder do PT, deputado De Assis Diniz, um político culto, inteligente e com sensibilidade política. Ele foi mostrando as traições na política do Cear, envolvendo os coronéis, Tasso, Ciro e Lúcio Alcântara. O discurso bem elaborado elevou o clima político e criou dificuldades para o presidente Evandro Leitão, cuja atuação foi de segurar a sessão, acalmando os ânimos. “Aqui, nesta Casa, todos somos livres e responsáveis, logo precisamos respeitar a todos", repetia.

A sessão, que deveria ter encerrado ao meio-dia, se estendeu até as 14h30. A oposição massacrou de críticas um projeto simples que definia o papel da Cogerh na transposição de água. O líder do governo e o do PT foram atacados e tiveram que explicar artigo por artigo o projeto, enquanto a oposição continuava em cima. 

O governo tem uma pequena oposição, mas não estava nos planos conter, também, um minoria de deputados do PDT, que se uniram aos parlamentares bolsonaristas do União Brasil e PL. A bancada do governo tem que criar uma estratégia para evitar desgastes.