quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Ministério Público deve investigar superfaturamento de contratos na Fundação Leandro Bezerra de Menezes (FLBM)

(Na foto: Abimael Carvalho, Luiz Carlos e Arnaud Baltar)

A Fundação Leandro Bezerra de Menezes (FLBM) segue sob intervenção judicial. O processo, que está em segredo de justiça, afastou antigos gestores por supostas irregularidades e superfaturamento de contratos e nomeou outros, com aval do Ministério Público e do Poder Judiciário. Sob a nova gestão, administrada pelo interventor Arnaud Baltar, a situação é bem pior. 

Números e planilhas fictícias se misturam com contratos superfaturados de amigos e parceiros de negócios, que nunca foram auditados pela Seplag, como deveriam ser. Mesmo com quadro próprio jurídico numeroso, a Fundação Leandro Bezerra pagou mais de 1 milhão de reais por consultoria jurídica para o advogado Abimael Carvalho, que controla diversos outros contratos na empresa com empresas parceiras de seus amigos, como a Trix Segurança e a Licite Consultoria. Abimael indicou seu melhor amigo, Luiz Carlos, como diretor executivo, e determinou a retirada da cooperativa Coaph da empresa, indicando duas novas empresas terceirizadas para pagar contas dos médicos e enfermeiros, a Platinum Saúde e a MT+ Cooperativa, empresas de Maranguape, sem muita explicação. As cifras são milionárias.  

Em seis meses de empresa, o diretor executivo Luiz Carlos já teve três aumentos de salário, que atualmente é de quase 40 mil reais por mês e ainda tem sua vida privada bancada com os recursos públicos recebidos pela Fundação Leandro Bezerra de Menezes, como compra de livros e viagens. O diretor ainda recebe insalubridade, mesmo trabalhando somente na sede administrativa da empresa. 

Recentemente, a empresa foi notificada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza para prestar contas das três UPAS que são administradas pela FLBM. Inúmeros fornecedores não foram pagos, o dinheiro foi gasto para cobrir despesas do Hospital São Raimundo do Crato, que está sem remédios e com atendimento precário. O Ministério Público deve investigar e afastar toda a diretoria da FLBM. Os documentos são graves e demonstram inúmeras irregularidades cometidas, tudo com aval do atual interventor, Arnaud Baltar. Existe o receio dos funcionários e fornecedores de um calote milionário da empresa, que poderá ser extinta se seguir nesse caminho.