O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Evandro Leitão, após ficar livre do PDT, pode finalmente declarar em público algo que sua filiação antiga e seu respeito ao PDT impediam: dizer, em alto e bom tom, que o ministro Camilo é uma referência pessoal e política. Evandro soltou a voz na posse do ex-deputado Eudoro Santana na presidência do PSB: "O Camilo é homem do diálogo, humilde, é meu amigo e meu líder”. Foram palavras carregadas de muita emoção. Evandro e Camilo sabem disso pelo que viveram antes e durante a campanha de 2022.
O Diretório Estadual do PDT usou do bom senso ao liberar Evandro Leitão, concedendo-lhe a carta de anuência, que é o salvo conduto para não perder seu mandato. Evandro já tinha implorado para deixar o partido durante a reunião do Diretório. A lei não pode ser maior que a humilhação a que Evandro foi submetido dentro do PDT. Não foi convidado para eventos, não recebeu um só real de Fundo Partidário como candidato à reeleição e não participou das campanhas majoritárias, respeitando a Lei Eleitoral. Comemorou a vitória de Elmano, após a divulgação do resultado. “Derrotamos o Bolsonarismo", disse Evandro na oportunidade, sem citar seu PDT, que o tinha rejeitado.
O presidente nacional do PDT, André Figueiredo, afirmou, entretanto, que a direção maior do partido não permite a anuência. Esta declaração não surpreendeu, mas parece pôr no lixo uma grande amizade nascida na juventude e que tinha se fortalecido na política.
Dentro do PDT que apoia o governo Elmano, o sentimento é um só: se André Figueiredo tirar a carta de anuência de Evandro Leitão, será feita uma campanha para desfiliação de prefeitos e vereadores. Armas e munições existem dos dois lados.