A Ponte dos Ingleses ou Ponte Metálica foi uma ideia "pra inglês ver”. Planejada e parcialmente construída, há pouco mais de um século, para ser um porto, teria 800 metros, mas ficou com apenas 130 e inacabada. Próximo à conclusão, descobriram que a profundidade era pouca para atracar um navio. Ficou a estrutura por concluir e nunca inaugurada, tornando-se um ponto de encontro para ver o pôr do sol e golfinhos. Acabou sendo um ponto turístico e incorporada ao patrimônio de Fortaleza, com seu tombamento, após ser reformada.
Agora, a ponte metálica se tornou ponte da discórdia. Um equipamento que antes unia Prefeitura e Estado passou a dividir, por conta da atual temperatura política na relação entre poderes.
Sarto usou a Ponte dos Ingleses para fazer uma travessia e provocar o governador Elmano, que anunciou a implantação do Vai-Vem grátis, ônibus de graça na Região Metropolitana. O governador prometeu convidar os prefeitos para conversar, a partir da próxima semana. Será que Sarto vai chamado? Quando?
Como briga não dá em nada, ficou politicamente assim: para o governador, que disse que fará a obra, o laudo técnico mostra que a Prefeitura não efetuou a parte estruturante para o Estado executar o projeto de passeio, e o município diz que o laudo feito pelo governo é “irresponsável”. Só política aliada ao bom senso para resolver o caso.
Será que a população da capital quer a Ponte dos Ingleses? Não seria melhor urbanizar as favelas e combater o tráfico que esvaziou a Praia de Iracema? A ponte seria recuperarada com pouco investimento? Estes questionamentos exigem reflexão madura e busca de uma solução.