sexta-feira, 5 de maio de 2023

PDT precisa definir se tem aliança ou não com o PT

O modelo político e partidário brasileiro só funciona bem até o dia da eleição. Após o pleito, os derrotados, ao invés de fazerem oposição, logo aderem ao prefeito, governador ou presidente da República eleito. Os que perderam viram as costas para aqueles que os escolheram nas urnas, por sobrevivência política ou revolta contra o cabo eleitoral ou eleitor que vendeu o voto.

Vejam a situação do PDT no Ceará. O partido foi derrotado na eleição para o governo. Quem viabilizou a candidatura do PT foram os candidatos a deputado federal e estadual, com os prefeitos e vereadores do PDT, abandonando o candidato do partido. 


O PDT tem, agora, duas alas. O grupo majoritário está sob a liderança do governador Elmano e do ministro Camilo, ambos do PT, mas o controle do partido ficou com Ciro Gomes, Roberto Cláudio e André Figueiredo, que, até agora, sustentam a bandeira da oposição. 


A bancada federal, com exceção do presidente André Figueiredo, está apoiando o governo Elmano. Na bancada estadual, dos 13 deputados, dez estão com o governador e três na oposição, mas têm votado nos projetos do governo, mesmo criticando-os.


A estratégia da direção do PDT, no momento, é amarrar os deputados que não votaram no candidato do partido ao governo às normas internas da legislação que trata de fidelidade partidária, ou seja, quem sair da legenda tem que entregar o mandato. O alvo maior é o deputado Evandro Leitão, que pretende disputar a eleição, mas não terá a legenda do PDT, que defenderá a reeleição do prefeito Sarto. 


Como política significa negociação, entendimento e busca de saídas, vamos aguardar o desfecho do PDT, que pode crescer ou implodir.