terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Pessoas com deficiência curtem Carnaval de Fortaleza em área exclusiva, com acessibilidade

Neste ciclo carnavalesco 2023, a Prefeitura de Fortaleza tem dado uma atenção especial para as necessidades de pessoas com deficiência.

O Aterrinho da Praia de Iracema recebeu, durante o Carnaval, além de grande público, que lotou a areia, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O polo, que possui uma área de 32 m² exclusiva para este público, realiza um papel de inclusão social e garantia ao direito ao lazer, de forma democrática, com rampas e banheiros acessíveis, além de interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras).


Para o coordenador especial de pessoas com deficiência da Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Copedef/SDHDS), Émerson Damasceno, há um ciclo que precisa ser combatido e atinge essa parcela de pelo menos 15% da população.


“Muita gente acha que não terá um local inclusivo, uma atitude de empatia receptiva, e isso faz com que esse público continue sendo invisibilizado. Com a prefeitura colocando espaços de acessibilidade, cumprindo a legislação, as pessoas sabem que seus direitos estão sendo garantidos e passam a frequentar os espaços. A acessibilidade humanística e arquitetônica derruba essa barreira e as pessoas vêm curtir o momento de lazer”, ressaltou.



Outro grande diferencial do Carnaval deste ano é a presença de intérpretes de Libras no palco do Aterrinho. São quatro intérpretes e um produtor no local, além de uma equipe, que também fica na Avenida Domingos Olímpio. 


Esses profissionais têm estado ativamente nas mídias sociais, levando a marca da Prefeitura para o público-alvo, divulgando e atingindo, cada vez mais, um número maior de pessoas, para que elas saibam que podem ser recebidas nos espaços de eventos públicos do município.


José Bezerra é um dos intérpretes de Libras, trabalhando no Aterrinho. Ele afirma estar feliz com a iniciativa e destaca a importância desse tipo de ação nos eventos de grande alcance como o carnaval. “Geralmente, se pensa que por ser surdo, não se pula Carnaval, que é um evento com música. Mas, muito pelo contrário, temos um público grande, que interage e dança. É uma evolução na acessibilidade, e o Carnaval é para todos”, disse. Ele conta, ainda, que há uma preparação para fazer a interpretação das músicas. Os tradutores se revezam a cada duas músicas. 


Por sua vez, a técnica em educação Gislana Vale, que é deficiente visual e, também, possui a mobilidade reduzida, veio curtir a folia no Aterrinho e aproveitou o espaço destinado a pessoas com deficiência. “É maravilhoso ter essa área, pois é aqui que a gente se compreende e fica à vontade. É um lugar para curtir o carnaval, e Fortaleza é uma cidade acessível. Foi tranquilo chegar pelo acesso das rampas e é ótimo ficar no espaço reservado”, declarou.