terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Referência para kitesurfistas na Taíba, Vila Marola hospeda anualmente o mais velho praticante


Se as acomodações com vista para o mar são um atrativo para as famílias brasileiras e estrangeiras que se hospedam no hotel Vila Marola, na Taíba Nova, ter as maiores ondas a poucos passos da guarderia exclusiva para os equipamentos têm atraído, cada vez mais, kitesurfistas do mundo todo. Um em especial é o alemão Rudiger Hahn, de 84 anos, que desde 2009 troca o seu país pelo nosso litoral cearense durante uma temporada de três meses. Natural de Ravensbrug, de setembro a novembro ele não dispensa velejar duas horas por dia quando está na Taíba. O esportista virou amigo pessoal dos proprietários, casal de lituanos Sigita Pipiriene e Arunas Pipiras, também kitesurfistas e que fazem questão de presenteá-lo com a hospedagem e outras regalias de um hóspede VIP.

Professor de Educação Física, hoje aposentado, o alemão começou a praticar surf em 1976. Mas foi a partir de 2002, ou seja, há 20 anos, que ele optou pela modalidade kitewave (surf com vela, que não exige acrobacias). O cuidado com a saúde, desde a alimentação saudável (não dispensa lentilha, frutas e ovos no seu dia a dia) até a regularidade na prática esportiva, tem resultado em boa disposição e uma memória excelente no auge dos seus 84 anos de vida. Isso tudo é compartilhado com a companheira Dóris, de 76 anos, que neste ano excepcionalmente não conseguiu viajar com Rudiger. Quando está na Taíba, mesmo sem falar a língua portuguesa, ele consegue se fazer entender em todo o comércio. E assim, em longas caminhadas, faz toda a compra necessária para ele próprio preparar suas refeições, com exceção do café-da-manhã que faz questão de tomar no restaurante do hotel.

 

 Zeloso com seu equipamento (seu companheiro no mar), Rudiger não permite que ninguém pegue nele. Até mesmo se der algum problema, é ele quem procura consertar. Sem nunca ter participado de campeonatos, o kitesurf para o alemão é um hobby. E para quem deseja iniciar esse esporte, a dica dele é não começar em grupo. “Os atletas mais jovens gostam muito de mostrar força, potência e trabalhar as habilidades em grupo”, explica, acrescentando que “para mim é um momento de integração com a natureza, de ter contato com as tartarugas, com os golfinhos. Me sinto como um peixe e posso dizer que sou muito feliz”. Nesse seu estilo, já viajou para mais de 10 países velejando, mas o seu lugar preferido ainda é o Vila Marola, na Taíba. “Aqui, a temperatura da água é muito favorável. Mas para 2023 já tenho programado, também, Cabo Verde e Espanha.”

Rudiger confessou que não pretende parar de praticar kitesurf e, hoje, seu desejo é trocar definitivamente a Alemanha pelo Ceará, mais precisamente a Taíba. Admirado e respeitado por jovens atletas campeões desse esporte como Paula Novotna, Mitu Monteiro e Aaron Madlon, todos já tiveram o prazer de encontrá-lo no hotel e, muitas vezes, sem trocar uma palavra sentados na mesma mesa (já que ele também fala pouco inglês), ficaram ainda mais fãs daquele que é considerado um dos mais velhos kitesurfistas do mundo. Outro segredo de tanta longevidade é ser bastante ativo. O alemão revelou que dorme pouco, geralmente seu melhor descanso é logo após o almoço.

Segundo explicou o gerente e também Chef do Vila Marola, Albertino Araújo, 80% dos kitesurfistas iniciantes sentem um pouco de dificuldade de praticar o esporte na faixa de praia em frente ao hotel por conta das altas ondas, mas isso nunca foi impecilho para Rudiger Hahn. “Uma das características desta praia é que o atleta pode fazer o trajeto para ir e voltar. Nosso querido hóspede alemão costuma velejar diariamente, na Taíba, aproximadamente três quilômetros. Dependendo do vento, ele chega a fazer 12 voltas”. Além da guarderia, o hotel também conta com uma escola de kitesurf.

Em funcionamento há 14 anos, o Vila Marola dispõe de 28 apartamentos, divididos em três categorias: pátio (padrão, no térreo), Balcone (primeiro piso) e Studio (quartos duplex, ideal para famílias de até 5 pessoas) - todos os apartamentos com vista para o mar. Nenhum conta com televisão, pois a proposta é aproveitar a natureza e o ambiente. No momento, o hotel está passando por uma repaginação, desde a iluminação até a decoração. O restaurante, cujo diferencial é a culinária focada em frutos do mar e variedades, também vai ser todo mudado e aberto ao público definitivamente.

Formado em cozinha francesa e patisserie pela Le Cordon Bleu, Albertino preparou um cardápio que não é complexo, mas perfeito para os paladares mais exigentes. “Tudo é preparado na casa. Não utilizamos nada industrializado. Os pescados e frutos do mar são comprados diariamente e eu mesmo faço as compras. As carnes são selecionadas, bem preparadas e fazem uma grande diferença quando os clientes experimentam”. Em breve, o Vila Marola oferecerá um menu degustação assinado pelo chef duas vezes na semana.

E para quem se interessou em conhecer o hotel, seguem outras dicas. A estrutura conta, ainda, com um beach bar (espaço mais à vontade que o restaurante, com “pé na areia”), que já tem um calendário de atividades de quarta-feira a domingo. Peixe no bafo defumado (quarta), hambúrguer (quinta), peixe assado (sexta), churrasco (sábado) e pizza no forno a lenha (tradicional e fermentação natural – domingo). Há, também, parcerias com os bugueiros para aluguel dos hóspedes, jangadas e canoa havaiana.