O futuro líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, o cearense do Sertão Central, José Guimarães (PT) tem sangue petista e o presidente eleito como seu guia e líder. Em nenhum momento, duvidou que Lula promoveria uma virada e voltaria à vida pública. Esse Guimarães foi quem assumiu a ofensiva contra Ciro Gomes, no Ceará, sentou o PT cearense dividido na mesa com Lula e costurou o acordo que desprezou o PDT e colocou o nome de Elmano de Freitas para disputar o governo. “A coragem e determinação do nosso novo líder da política do Ceará, Camilo Santana, foi providencial”, admite Guimarães, considerando que o PT não precisa conviver em aliança com o PDT cearense.
Pragmático, próximo a Lula, com quem conversou duas vezes no instante que era diplomado, chegou atrasado na solenidade por conta de votações de emendas à PEC da transição. Ele avisou aos colegas do PT que Camilo seria ministro da Educação e Izolda Cela, secretária de Educação Básica. “Foi a decisão do Lula”, após conversar com o PT nacional. A convicção da fala de Guimarães criou um ambiente tenso na diplomação. Izolda negava e Camilo dizia que nada estava resolvido.
No Icapui, município distante 205 quilômetros, uma festa estava sendo organizada para receber o futuro Ministtro da Educação. “Um icapuiense, com certeza”, dizia o deputado Zé Airton que, igualmente a Guimarães, acredita que Camilo não tinha escolha. Era o Ministério da Educação ou o lugar iria para outro petista. Camilo segue negando que tenha sido batido o martelo, mas estará em Brasília, nesta segunda-feira, 19. Guimarães foi frio e claro: “O Camilo é o novo líder político do Ceará, tem que ocupar o cargo de líder que o destino lhe concedeu e, agora, conquistar Lula”, afirmou Guimarães, se referindo ao distanciamento com o grupo dos Ferreira Gomes.