”Sei que o PDT e o PT têm muito mais convergências que divergências. Vamos dar tempo ao tempo, para que esses laços sejam retomados, principalmente, para uma base forte para o governador Elmano trabalhar.” A frase é do ex-governador e senador eleito, Camilo Santana, que consolidou sua liderança, ao ser o grande vitorioso da eleição no Ceará.
Interpretando a sua frase, fica claro que Camilo tem correta visão sobre as dificuldades para reaproximação com uma ala do PDT. Ele tem mais da metade da bancada estadual do PDT ao seu lado e grande quantidade de prefeitos. Na verdade, ocorreu uma inversão. O PT, antes da eleição, era guiado pelo PDT. Agora, o PT vai comandar o processo.
Não se pode deixar de reconhecer que o senador Camilo estendeu o tapete para todo o PDT se juntar ao governo Elmano, que já começa a nascer, após o dia 30, quando será encerrado o período eleitoral. Interlocutor de Camilo, o senador Cid Gomes tem dificuldades para juntar todo o PDT. Os pedetistas ainda não absorveram o papel dele no processo eleitoral cearense.
A opção pelo voto em Lula está sendo seguida por deputados e prefeitos. Um exemplo foi dado pelo líder político do Vale do Salgado, Neto Nunes, que já promoveu dois grandes eventos pró-Lula, em Icó, sem ter sido procurado pelo PT. Nunes sabe das dificuldades, mas sabe, também, que o projeto em execução no Ceará tem o DNA do PDT e do PT. Bem. O convite ao PDT foi feito por Camilo. Se parte da sigla se insurgir, poderemos ter no Ceará os “caras-vermelhas” e os “caras-amarelas”.