terça-feira, 23 de agosto de 2022

Facções, cirurgias eletivas e desemprego pautam campanha no Ceará


Narrativa é a palavra da moda na política brasileira. Pois bem. As frequentes na frenética campanha eleitoral para o governo do Ceará mostram um quente debate sobre pautas cotidianas do cearense: violência, saúde e emprego. A novidade é a discussão envolvendo o PT e o PDT, ex-aliados que caminharam juntos por quase 16 anos, debatendo os grandes temas. O Capitão Wagner sempre criticou. Está feliz e até coloca uma exclamação: “Viram como eu tinha razão!”

Os desalentados, pessoas que cansaram de procurar emprego, não conseguem entrar ou voltar ao mercado de trabalho, se tornaram a grande preocupação. 700 mil jovens desempregados exibem um quadro mais agudo do problema, que é a não geração de empregos. É bom acompanhar a evolução da discussão, para conhecer quem melhor pode construir saídas à tão grave situação. 

Outro duro debate travado na primeira semana de campanha foi sobre cirurgias eletivas, aquelas marcadas com dia e hora certo, por não serem de urgência. A Secretaria de Saúde do Ceará tinha uma lista com mais de 38 mil pessoas aguardando agenda para cirurgias até a metade do ano de 2021. Não existe um número mais recente. Os candidatos dizem que pode ser o dobro. A verdade é que a complexidade do tema remete a situações revoltantes como a do cidadão não poder recuperar movimentos do corpo ou até mesmo perder a visão,  porque não operou de catarata a tempo. Em breve, teremos números reais e propostas para resolver as questões.

Na narrativa sobre facções, estão surgindo diversas versões. A mais preocupante é a de que essas organizações criminosas estariam dominando toda as periferias dos 184 municípios do Ceará, sem serem combatidas. Pior: estariam elegendo vereadores e prefeitos. Se confirmado esse claro sinal de inversão de valores, com o poder público se tornando refém das facções, algo mais forte deve ser pautado nos planos de governo dos candidatos que se propõem a governar o Ceará. O problema está se revelando bem mais grave do que o relatado no noticiário do cotidiano de violência dos municípios cearenses. 

A campanha eleitoral e os debates são necessários. Passamos a conhecer fatos que estavam embaixo dos tapetes.