segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Eleição no Ceará com cardápio apimentado: dois candidatos do governo, dois da oposição e a presença de Lula, Ciro e Bolsonaro


Na política, o que empolga são as surpresas, as revelações, os rompimentos, as traições, a mudança de lado e os acordos inimagináveis. Mestre na sabedoria política, Ulisses Guimarães, após ser traído pelos companheiros de partido, afirmou que o umbigo é o cérebro do político. Faz sentido. Primeiro, o projeto de cada um. Em seguida, os familiares. Por último, o povo. 

Este sábado marca a história política do Ceará. Tensionou uma ala do governo estadual, que decidiu se rebelar contra um dos partidos da base, no caso o PDT. O PT estabeleceu um critério: a reeleição de Izolda Cela. O PDT optou por Roberto Cláudio. Agora, vão medir forças. O eleitor, como considera campanha política uma festa, se diverte, se envolve e faz suas apostas. 

Ciro Gomes acusa Lula pelo desmantelamento da aliança entre PT e PDT, no Ceará. “A sabotagem do Lula, disse ele, construiu o rompimento entre PDT e PT no Estado.

Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT) farão uma campanha revivendo 2014, o maior embate político do Ceará, envolvendo Camilo, Eunício, Cid e Ciro e Lula. O então presidente da República apoiava Eunício.

O patamar atingido pelo PDT e o PT em uma soma de identidades criou novas lideranças, onde se destacam Camilo e Roberto Cláudio. Os dois saíram de gestões com alto índice de popularidade. Foi natural a opção Camilo, para o Senado, e Roberto Cláudio, para o governo. O PT não aceitou, por conta do desentendimento de Lula e Ciro no campo nacional e porque o PT rejeita Roberto Cláudio, por ter vencido eleições contra candidatos do partido. 

O terceiro nome na disputa, Capitão Wagner perdeu a confortável situação de preferido nas pesquisas. Ele tinha a simpatia dos eleitores que não votavam no Lula. Parte desses eleitores pode migrar para Roberto Cláudio, o adversário de Elmano de Freitas, bancado por Luizianne Lins.

A candidata do PSOL, Adelita Monteiro, que até então oferecia o único palanque para Lula no Ceará, seguirá sua meta de abrir espaço para o partido eleger um deputado federal e um estadual, apesar do esforço de Camilo em trazer a sigla para a coligação do PT.  

O cenário está pronto. Amizades se desfizeram, parcerias, também. Alianças fortes quebraram e, agora, será iniciado o roteiro dos ataques, das adesões e acusações. Campanha com temperatura elevada aquece o eleitor e os candidatos.