terça-feira, 26 de julho de 2022

Nacionalizar a eleição do Ceará pode ser um erro


Quatro candidatos foram oficialmente anunciados no território cearense, todos com fortes ligações aos que disputam a presidência da República. O PSOL, agora,  se une ao PT na oferta de palanque ao ex-presidente Lula, que tenta pela quinta vez a presidência de um Brasil que governou por duas vezes. 

Terceiro colocado nas pesquisas, Ciro Gomes é desejado pelo PT, para que saia da disputa e garanta vitoria a Lula no primeiro turno. Bolsonaro quer Ciro vivo na campanha para também sonhar com a realização de um segundo turno. Ciro acredita que engole Lula e Bolsonaro nos debates  e o resultado pode lhe garantir realizar o sonho de estar presente no segundo turno. 

Elmano com Lula, Wagner com Bolsonaro e Roberto Cláudio com Ciro nacionalizaram o debate eleitoral no Ceará e o eleitor poderá perder a oportunidade de conhecer propostas para tocar um projeto que tem dado certo e merece seguir em frente. Todos os candidatos elogiam a gestão fiscal cearense e os investimentos em atração de grandes empresas, em educação e saúde. A pauta da segurança é a preocupação. É bom a sociedade ficar atenta. 

O que é ruim na nacionalização da campanha no Ceará? O radicalismo, os ataques pessoais, os desmantelamento das melhores práticas de debate construtivo. Vivemos tempos sombrios, onde a ética foi parar no lixo e a mentira virou verdade. O empobrecimento das pessoas é um retrato real, mas, no debate, some diante do efeito bumerangue da ideologia extremada e do radicalismo. 

Judas, traídores, neocoronelismo, irresponsáveis, mentirosos, chefes de facções, ladrões, corruptos. O vocabulário, com a nacionalização da disputa política cearense, nos remete ao nível mais baixo das campanhas até aqui realizadas. Pior: o debate da parte de baixo está entre ex-aliados.