A verdade começa a surgir no cenário político cearense, envolvendo dois gigantes da cena política nacional. A eleição no Ceará está nacionalizada. As desavenças entre Lula e Ciro estão tornando inviável a repetição da aliança entre PDT e PT, que começou com Cid Gomes, em Sobral, e seguiu com Cid no mandato de governador, que durou oito anos. Cid entregou o cargo para Camilo Santana, que governou sete anos e quatro meses. Pelo rodízio, cabe ao PDT indicar o nome do candidato ao governo. O PT criou uma barreira, vetou Roberto Cláudio, o escolhido pelo partido.
O candidato a presidente Ciro Gomes disse, em São Paulo, e o Brasil inteiro viu e ouviu, que “Lula está sabotando a eleição no Ceará, destruindo uma aliança bem sucedida. Há 20 anos. Ele não tem escrúpulo”. A declaração na verdade é uma revelação do ódio de Lula sobre a candidatura de Ciro à presidência da República.
Para Ciro, Lula não tem coragem de enfrentá-lo no debate público e boicota o PDT, “exercendo ingerência indevida sobre candidaturas do PDT”. “Espero que tenham responsabilidades” disse Ciro, sobre graves consequências com o rompimento e uma possível vitória do Capitão Wagner, o candidato da oposição.
Roberto Cláudio será anunciado na convenção, no domingo, 24, pela manhã, no Colégio Farias Brito, na rua Senador Pompeu. O evento poderá marcar a reaproximação ou o distanciamento definitivo entre PT e PDT.
Deputados, prefeitos, vereadores e lideranças de partidos tentam minimizar a crise, pregando a reunificação. O diagnóstico da crise é nacional. Muito pouco pode ser feito. Só Ciro e Lula podem resolver.