sexta-feira, 3 de junho de 2022

Retomada com plenário vazio


Os deputados estaduais do Ceará só comparecem ao plenário quando conseguem espaço para falar na tribuna. A regra surgiu com a oportunidade da participação dos parlamentares em sessões virtuais. Nesta quinta-feira, 2, na Mesa Diretora, estava apenas a deputada Érika Amorim. No plenário, os deputados Delegado Cavalcante, Júlio César Filho, Guilherme Sampaio, Davi de Raimundão, Augusta Brito e Nelinho. Se alguém pedisse verificação de quórum, encerraria a sessão, onde estreava o suplente Carlos Matos, que trocou o PSDB pelo União Brasil e defendia o governo Bolsonaro. 

As sessões remotas, comuns na pandemia, se tornaram facilitadoras para os parlamentares. Eles discursam e votam da varanda de casa, dentro do carro, correndo na praia ou embaixo do varandão do sítio, com a chuva embelezando o cenário, como fez o deputado Romeu Aldigueri (PDT). Será difícil voltar ao sistema tradicional das sessões presenciais, com os deputados registrando presença somente em plenário. A regra vale para o legislativo brasileiro. 

A Câmara dos Deputados registra a ausência presencial de 35 deputados há dois anos, o tempo de duração da pandemia. Esses parlamentares tem 100% de presença nas sessões remotas e resolvem tudo, através de redes sociais, e-mail e telefone celular, inclusive, entrega de emendas, projetos e resolução de problemas nos ministérios, fazendo conferências com imagens, através de aplicativos.  

No passado, a ausência do parlamentar no plenário era tratada como malandragem, Deputado ou senador fantasmas. O home office se tornou uma boa justificativa para os gazeteiros e uma vitória contra o tempo para os parlamentares que trabalham muito, cumprindo agendas em secretarias, no interior e até em Brasília.