segunda-feira, 6 de junho de 2022

As frentes de ataque de Bolsonaro mantêm-no vivo nas pesquisas


O presidente da República é o chefe do poder Executivo. Os outros são o Legislativo e o Judiciário, pilares da democracia e da defesa da cidadania. A Constituição diz, em cláusula pétrea, ou seja, imutável, que os três poderes são independentes e harmônicos. Isso quer dizer: devem se respeitar e dialogar. Não é bem o que ocorre no atual momento, quando o presidente Bolsonaro aposta no desgaste institucional para agradar seus eleitores e internautas que lhe seguem. A rotina do presidente é atacar as outras instituições e seus membros. 

A tática política dele tem dado resultado. Os ministros do STF não podem frequentar restaurantes, viajar em aviões comerciais e circular pelas ruas, por conta  das agressões verbais e ameaças físicas por parte de bolsonaristas, que odeiam os magistrados da Corte  judiciária mais importante do País.    

Além do STF e dos seus ministros, o presidente tem como alvo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro diz que tem fraude na eleição brasileira, através das urnas eletrônicas. Quer o voto impresso, repete isso todos os dias. O presidente ainda acusa ministros de serem eleitores do Lula e de terem montado esquema para o petista vencer as eleições. 

Ainda menos agressivo, mas alfinetando, ele ataca o presidente do  Senado, Rodrigo Pacheco, e alguns deputados. Bolsonaro quer transferir para governadores a responsabilidade pela alta dos combustíveis e propõe cortar impostos. O Congresso quer dialogar, antes de votar a matéria. 

O ano eleitoral beneficia o presidente. Ao fim de todas essas manobras, Bolsonaro se mantém em segundo lugar nas pesquisas e abriu 25 pontos de vantagem para Ciro Gomes. A pesquisa IPESP mostrou Lula com 45%, Bolsonaro 34% e Ciro 9%. Se o pedetista chegar aos dois dígitos, ultrapassando 10%, o presidente corre risco.