A duas semanas do encerramento da formação das federações de partidos, o ambiente político nos estados e no país é frenético. Com o calendário afunilando, o jogo vai saindo das quatro linhas e ganhando contornos previstos, como o toma-lá-dá-cá, união de mesquinhos interesses e até mesmo compra ou aluguel de legendas, dos considerados partidos de aluguel. Enfim, o mercado livre da política está caindo no vácuo da corrupção.
Do ponto de vista dos candidatos, poucos avanços na corrida sucessória e o ambiente segue o mesmo, com o presidente Bolsonaro brigando contra seu próprio governo, em questões relacionadas ao aumento de combustíveis e aos preços dos alimentos, como se ele não fosse o responsável. O ex-presidente Lula se arvorando de “homem das soluções” para salvar a pátria. Ciro Gomes tentando encaixar seu projeto. Aliás, ele foi o único candidato que apresentou projeto para tirar o país do atoleiro. E tem a turma da terceira via, que não consegue se entender, para construir um plano e uma candidatura.
As pesquisas eleitorais retratam bem o cenário. Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes estão bem à frente dos demais candidatos, mas congelados nas intenções de votos. O eleitor parece aguardar os debates para se posicionar. Cerca de 85% dos brasileiros não escolheram ainda em quem votar. Os institutos IPESP, ex-Ibope, tá e DataFolha seguem reduzindo o prazo de aferição do eleitor. Antes trimestrais, depois mensais, as pesquisas estão sendo feitas a cada 15 dias.
Nos estados, o cenário nacional se mistura ao local. No Ceará, o ex-presidente Lula lidera as intenções de votos. O PT, baseado nas pesquisas, quer indicar o candidato ao governo dentro do PDT. “Não vamos pedir penico a ninguém”, disse o deputado Guimarães, levantando a voz e informando que o PT quer a reeleição de Izolda Cela, do PDT. A sigla já sinalizou que o candidato do partido será escolhido em julho, na convenção partidária. O Capitão Wagner, que irá enfrentar o candidato governista, aguarda o nome do adversário. “Continuo aguardando o nome do poste”, diz.