sexta-feira, 27 de maio de 2022

O inferno político no gabinete presidencial


A pesquisa do DataFolha, publicada no final da tarde desta quinta-feira, 26, estragou o que ainda sobrava de humor no gabinete da Presidência da República. Lula está há 2% de vencer a eleição para um terceiro mandato, no primeiro turno. Ele, que tem feito declarações fora do seu estilo habitual, como defesa do aborto, acabar com teto de gastos e produzir muito dinheiro para programas sociais, cresceu nas pesquisas. O presidente Bolsonaro, atrapalhado com a alta da inflação e os preços dos combustíveis, gás de cozinha e alimentos, está derretendo, como sorvete no calor do Nordeste.

A pesquisa, onde Lula aparece com 48% das intenções de votos, Bolsonaro com 27% e Ciro Gomes com 7%, praticamente, exibe o retrato de rejeição ao presidente, com Ciro Gomes se tornando potencialmente uma ameaça ao segundo lugar de Bolsonaro. Lula quer se unir a Ciro para vencer com sobras no primeiro turno. Vale ressaltar que o cenário de hoje pode não ser o cenário de amanhã. Ciro e, agora, Simone Tebet estão na mira da vaga de Bolsonaro no segundo turno. 

O presidente Bolsonaro contrata pesquisas diárias para avaliar sua popularidade. Ele sabia que estava despencando. Demitiu o quarto presidente da Petrobras, no meio da semana, após o expediente, em noite de tensão. A sinalização do derretimento ficou mais clara com o disparo de propaganda e dinheiro para os veículos de comunicação. 

Na sua live desta quinta-feira, Bolsonaro voltou a falar em voto adulterado e suspeição. “O senhor ministro Luiz Roberto Barroso faz discurso, dizendo que serei derrotado, e o Alexandre de Morais não aceita uma sugestão”, atacou o presidente. 

Os marqueteiros e o gabinete do ódio terão que trabalhar rápido para conter a queda de Bolsonaro nas pesquisas e evitar mais derretimento da imagem do governo.