Desgate com a carestia causada pelos altos preços dos combustíveis reflete nas pesquisas que chegam a Bolsonaro, lhe distanciando de um segundo mandato. Segundo deputados ligados ao presidente, todo esforço para mantê-lo com chances de ir ao segundo turno está sendo em vão, devido aos combustíveis, o que está refletindo no preço dos alimentos nas prateleiras dos supermercados.
A demissão do quarto presidente da Petrobra, na noite de segunda-feira, 23, foi reflexo das pesquisas contratadas pelo Palácio do Planalto, que exibem a números frustrantes, por conta das reclamações dos brasileiros em relação à carestia. A população começou a ver o salário sumir no carrinho do supermercado, levando pouca coisa para suas casas. A economia é um fator que pesa muito na hora do voto.
Está claro que o presidente Bolsonaro sentiu a necessidade de encontrar alguém para dirigir a Petrobras, que tenha um plano para reverter a política de preços da empresa, reduza valores ou ponha freio nos sucessivos reajustes. A aposta, agora, está em Caio Mário Paes de Andrade, um jornalista que fez mestrado em economia na Universidade de Havard e está atuando no governo Bolsonaro como bom bolsonarista. O novo executivo sabe da importância de agradar ao eleitorado.
Lula e Ciro sabem que a Petrobras se tornou um problema para o presidente Bolsonaro e colocam o tema, diariamente, na mídia, exibindo para o público a impressão de incapacidade do mandatário em resolver um problema, onde a “canetada” pode ser rápida, alterando a decisão de dolarizar os preços de compra e venda dos combustíveis. Acuado e pressionado, o presidente insiste na tática de jogar todas as mazelas para os governadores e o judiciário.