segunda-feira, 2 de maio de 2022

A conta de energia tem muitos encargos


No debate sobre o reajuste de 25% na conta de energia, os representantes da ENEL abriram os números e exibiram, com detalhes, quem fica com o quê na conta paga pelo consumidor. O cliente que compra energia para iluminar sua casa ou tocar seu negócio deixa impostos para o governo federal, estadual e municipal. Paga ao Ministério de Minas e Energia que repassar recursos, através da Eletrobrás para empresas que são ligadas a hidrelétricas e termoelétricas. 

Os penduricalhos que compõem o reajuste no preço da energia são gerados pelos períodos de seca e alto custo da energia gerada através de termelétricas movidas a diesel e gás. A ENEL é proprietária de termoelétrica e vende energia para o sistema Eletrobrás. 

A conversa que envolveu representantes do empresariado, da política e do Ministério Público começou quente, mas foi esfriando, a partir do óbvio: governos federal, estadual e municipal, Eletrobrás, empresas que vendem energia e as distribuidoras ganham muito dinheiro. A saída será reduzir a parte de cada um para que todos ganhem.

Os deputados federais presentes se comprometeram a intermediar uma saída para o problema, que não irá ter fim sem uma solução negociada a partir da Eletrobrás, a empresa do governo que detém o monopólio da compra e venda de energia e está em processo de privatização. 

No polêmica sobre reajuste da tarifa de energia, o passo mais inteligente foi dado pela Assembleia Legislativa, que  optou em atuar através de duas frentes. Primeiro, tecnicamente saber a composição da tarifa e qual o valor de compra e distribuição da energia. Segundo, passar uma lupa no contrato que autorizou a ENEL ser a distribuidora no Ceará. Novos movimentos ajudarão a esclarecer as muitas dúvidas sobre a conta de energia.