segunda-feira, 11 de abril de 2022

O mestre Luiz Gastão ensinou ao aluno Filizola como se vence uma eleição


A política sindical se aproxima muito da política partidária. Uma das principais diferenças está no reduzido número de eleitores, por ser disputa setorizada e não universal, como a eleitoral.

Luiz Gastão foi reeleito. Venceu um aluno não com perfil rebelde, mas um amigo em quem confiava, que cedeu a ele o lugar de presidente, por vários anos, e lhe confiou tarefas importantes, como a de administrar um orçamento anual de quase meio bilhão de reais e de cuidar de 34 eleitores, os dirigentes dos sindicatos filiados à Fecomércio.

Filizola errou nas contas. Pensou possuir a capacidade de dobrar o pequeno colégio eleitoral em seu favor, mas não conseguiu. Na política, seja sindical ou eleitoral, a palavra empenhada, a amizade verdadeira e o companheirismo pesam, não são frágeis. Filizola, por ter passado uma temporada longa, presidindo a Fecomércio, acreditou que poderia tirar Gastão do comando da entidade. Sua derrota pode significar seu sepultamento sindical e lhe custar processos, caso a investigação policial sobre corrupção avance na Polícia e siga para o Judiciário. 

Fica a lição. A traição é uma praga em todos os segmentos, sindicais e políticos. Tenta destruir amigos. Tirá-los do poder pelas vias judiciais ou aliada a profissionais do sindicalismo de ocasião. Só coleciona derrotas e constrói a maldição do título de pessoa não confiável. 


Ao presidente da Fecomércio, Luiz Gastão, reeleito, fica o ensinamento, no sentido de que deve, urgentemente, aprender a escolher um vice capaz de ser leal. Já são três as traições.