quarta-feira, 6 de abril de 2022

Alguém precisa proteger o dinheiro da educação


O Ministério da Educação banca o transporte escolar nos municípios do interior do país. O ônibus e a van são suportes fundamentais para assegurar a alfabetização, a frequência de adolescentes nas escolas, sejam pobres ou não. É um programa que deve ser saudado como política pública de fundamental importância para evitar a persistência do analfabetismo no Brasil. Ajuda filhos de brasileiros a desenvolver a mente. Ir à escola, no interior, depende do transporte escolar. Principalmente, as crianças do campo. 

O maltratado e sucateado Ministério da Educação, que está sem comando, após quatro ministros terem passado pela Pasta, não é prioridade do atual governo. Para o time de Bolsonaro, os professores não trabalham, não produzem, não pesquisam e só atuam para fabricar homossexuais e comunistas em sala de aula.

Depois da descoberta de que pastores recebiam propina, seja em dinheiro ou em barras de ouro, ao liberar o dinheiro para construção de creches, escolas e compra de equipamentos, o ministro Milton Ribeiro saiu e o escândalo está sendo investigado pela Polícia Federal. O caso é visto como criminoso e cruel. Roubar o dinheiro do MEC significa produzir analfabetos, tirar as crianças da escola e roubar a merenda escolar.

Além da propina, surgiu, agora, algo pior. O centrão, que comanda o setor de compras e tem o presidente do FNDE na sua cota de cargos no governo Bolsonaro, está promovendo um crime escancarado: comprando ônibus escolar pelo dobro do preço. Ou seja, o ônibus escolar, que custa R$ 250 mil, está sendo vendido por R$ 470 mil. O Tribunal de Cantas da União (TCU) interveio. O centrão quer embolsar R$ 700 milhões em superfaturamento. Nos Estados Unidos, um ônibus escolar custa U$ 30 mil ou cerca de R$ 159 mil. O veículo não tem acessórios. 

Não importa ao brasileiro quem seja o presidente de plantão ou quem está ministro, responsável pelas finanças da educação. É inadmissível assistir o silêncio de deputados e senadores, diante de tão graves denúncias. O governo Bolsonaro foi eleito, após a prisão de corruptos no governo do PT e tem obrigação de combater essa praga ainda existente na relação entre agentes públicos e privados.