O senador Tasso Jereissati é habilidoso, conhece os cenários políticos cearense e nacional. Ao entregar o PSDB no Estado ao senador Chiquinho Feitosa, fez a opção mais inteligente. Verá o partido crescer em visibilidade. É o que os tucanos precisam, no momento, para revitalizar o que no passado foi uma das maiores legendas no Ceará e no Brasil.
A leitura do senador Chiquinho Feitosa sobre o atual contexto é perfeita. No Brasil, acabou o tempo da hegemonia partidária, na qual uma sigla dominava o Congresso Nacional e o governo federal. Talvez, esteja aí a explicação para a desenfreada disputa por vagas no legislativo, principalmente na Câmara dos Deputados.
Em tática perfeita, Chiquinho Feitosa irá fazer federação ou aliança com o Cidadania, partido onde se filiou Moroni Torgan. Chiquinho e Aníbal Gomes, pelo PSDB, farão a chapa federal. Um deles ficará na suplência, com altas chances de ser prestigiado em rodízio. Feitosa será o puxador de votos, até porque a votação do Moroni é incógnita na disputa no interior e em Fortaleza.
Para a Assembleia Legislativa, em manobra inteligente, genial, Feitosa filiou 20 pré-candidatos a deputado, o chamado “clube dos 20”, onde estão aqueles com potencial entre 20 e 40 mil votos. A meta é eleger quatro tucanos estaduais, objetivo alcançável. O PSDB, que não tem representação, vai ressurgir.
O cenário no partido é de expectativa positiva para 2022. A sigla fechou forte parceria com o PDT e o PT, o que garante apoio para projetos em provável governo dos pedetistas, a partir de 2023. Não é fácil formatar uma composição política com cenários tão cheios de conflito. O PSDB parece ter encontrado seu novo destino.
A previsão para a formação da Assembleia Legislativa em 2023 é de pluralidade. Cerca de 10 partidos elegendo representantes, com o PDT fazendo 30% das vagas. O PT deverá ter a segunda bancada, dividindo a colocação com o PSD e o PP. Para o Congresso Nacional, a expectativa é de que as 513 vagas sejam ocupadas por 16 partidos. O PSDB cearense usa o bom senso.