sexta-feira, 11 de março de 2022

Os desafios de Bolsonaro para recuperar popularidade


Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tem estendido a mão a opositores e aos que maltratou nos três anos e dois meses de governo. O centrão parece estar conseguindo, aos poucos, convencer o presidente de que, em ano eleitoral, faz-se necessário ser generoso, politicamente habilidoso e passar a impressão de bom gestor.

As pesquisas mostram a estabilidade de intenção de votos, na casa dos 23%. Muito pouco para o mandatário da Nação, que pretende um segundo mandato. Bolsonaro assiste Lula, também, congelar na faixa dos 40%. Cerca de 80% dos eleitores ainda não definiram o voto. Os diis têm nas intenções 9% dos votos de quem já decidiu em quem votar. Ciro Gomes tem 3% e Moro 2%, nesse pequeno universo de eleitores. Ainda não surgiu o preferido para a  eleição de outubro. 

Na tentativa de conquistar votos, recuperando o território político que o presidente perdeu, os aliados organizaram para Bolsonaro um evento destinado a recepcionar os pretensos repatriados. Bolsonaro distribuiu bandeiras do Brasil, abraçou as pessoas, fez fotos, deixou-se filmar e exibiu-se como um populista de esquerda.

A nova embalagem dele já sinaliza que o presidente está sendo orientando por marqueteiros e velhas raposas do centrão. Ciro Nogueira, Valdemar Costa Neto e Arthur Lira lideram a turma do “Muda Bolsonaro!”. Esse grupo, também, trabalha para o presidente falar sobre temas populares e esquecer baixarias. 

Na política, o presidente mudou muito. Já considera a possibilidade de se acertar com políticos de centro e centro-esquerda. É o caso do prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, comandante de um grupo com oito prefeitos, deputados estaduais e federais e mais de 50 vereadores. 

Os adversários de Bolsonaro já sentem a mudança. Lula passou a bater no presidente, saindo do seu gabinete, e já articula cinco mil comitês em bairros de periferia. Ciro Gomes está exibindo vídeos, mostrando como pretende governar o Brasil. A campanha mais importante da história do País está na rua.