domingo, 6 de março de 2022

O Brasil e as coincidências necessárias


Por Roberto Cláudio

Às vésperas das eleições, o presidente norte-americano é envolvido em um escândalo sexual. Para desviar a atenção do escândalo, a conselheira do presidente recruta um especialista em situações de crise que decide “fabricar” uma guerra na Albânia, um pequeno país montanhoso da península Balcânica, no sudeste da Europa. Este é o enredo do filme “Mera Coincidência”, estrelado por Dustin Hoffman e Robert De Niro, que recebeu até indicações a prêmios no Oscar e no Globo de Ouro.

O filme que chegou ao Brasil em 1998 vai me permitir uma comparação com situações cada vez mais frequentes em nosso País, com o recorrente quadro de “notícias” diversionistas que se caracterizam como regulares, ora como fake news, ora como mero simulacro de falsas configurações.

O Brasil, como o resto do mundo, vê a proliferação de tais notícias mentirosas, promovidas em larga escala, e divulgadas por quem tem interesse em intensificar a construção de um universo paralelo, que nos embote a vista e nos tire a real possibilidade de perceber e debater, com consciência e profundidade, os temas realmente relevantes e de interesse da nossa gente. Não seria “mera coincidência” o nosso País “patrocinar” debates que não guardam obediência aos mais urgentes problemas da nação, como se verifica no tempo presente?