quarta-feira, 23 de março de 2022

As milícias digitais se tornaram uma praga a ser combatida


O presidente da República, Jair Bolsonaro, está sendo processado no Supremo Tribunal Federal (STF), por inventar mentiras nas redes sociais, um caso raro no Planeta. Bolsonaro e seus filhos são umas espécies de   

donos de dezenas de grupos de WhatsApp, com gente atuante em Instagram, Facebook e na internet como um todo, segundo a Polícia Federal. A oposição diz que todas as mentiras partem de uma sala, instalada com computadores, dentro do Palácio do Planalto, e batizou o lugar de “gabinete do ódio”. 

A eleição de 2018 não terminou. Capítulos ocorrem, todos os dias, sobre a queda de braço entre defensores de mentiras nas redes sociais, ao que chamam de liberdade e democracia, e os que exigem lisura, verdades.  São debates quentes, recorrentes, sobre fake news que percorreram as redes sociais. Os envolvidos: bolsonaristas e lulistas. A troca de mentiras contaminou as mídias. Fica difícil para o cidadão comum conseguir diferenciar as informações. 

A partir das eleições de 2018, o termo “milícia digital” vem ganhando, cada vez, mais espaço na cobertura da imprensa. Apesar de se apresentar com diferentes nomes, o fenômeno é mundial e corresponde a organizações digitais que atuam nas mídias sociais e em aplicativos de trocas de mensagem, com o objetivo de influenciar resultados políticos, por meio da mentira, da violência e da intimidação, diz o comando do TSE. 

Para o ministro do STF, José Roberto Barroso, que presidiu o TSE, “as milícias digitais procuram destruir as instituições e golpeá-las, criando um ambiente propício para a desdemocratização”. Identificados com um discurso reacionário e intolerante, tais grupos se utilizam de fake news, memes agressivos e preconceituosos e ataques de reputação. Para engajar, podem, inclusive, contratar robôs e espalhar conteúdo com mais velocidade.

“Estes milicianos espalham mentiras nocivas (e, por vezes, fatais) e negam os direitos a quem pensa diferente. Contrariam os consensos científicos e institucionais em matérias diversas como a validade das eleições e das instituições, o aquecimento global, a vacinação contra a Covid”, pontuou Barroso, que considera as milícias uma “praga” a ser combatida com veemência. 

O caso recente do falido Telegran, que ganhou visibilidade no Brasil por conta das proibições em outros aplicativos de mensagens e voz, exibe o quanto avançaram no mundo digital as saídas para quem que pratica fake news. O TSE e o STF querem controlar a “praga”, mas é quase impossível, por conta de uma simples coisa: não dá para controlar a sociedade, a população. O certo é educar, para separar o certo do errado. Os criminosos, sempre, estarão atuando onde se pode levar alguma vantagem.