No sertão e na capital, quando casam dois ricos, a sociedade comenta que é tudo interesse. Vão unir a fortunas, para evitar que um pobre penetre nas família. O partido União Brasil é o típico caso. Une partidos, dinheiro e pessoas, dezenas delas. E o filé do mundo endinheirado, no caso, o Agronegócio. O União Brasil é a fusão do DEM com o PSL. Juntos, terão R$ 500 milhões do Fundo Partidário e eleitoral, mais de mil prefeitos e bilhões em orçamentos públicos, como o da cidade do Rio de Janeiro. E, ainda, de quatro estados que, juntos, administram R$ 38 bilhões.
Outro fator que torna o União Brasil atraente é o seu quadro de filiados e futuros inscritos. São empresários, políticos de centro, conservadores e de muitos setores da igreja. É a joia da coroa que surgirá para encantar o meio político, simbolizando um fato novo na política de centro e centro-direita, mas que, na verdade, será um novo abrigo, ainda mais nobre.
Por trás da fusão, estão os caciques da política. ACM Neto preside o DEM e Luciano Bivar, o PSL, duas águias. Os dois são nordestinos, conhecem bem a arte de fazer partido, atrair lideranças e ficar no topo do poder. Seja quem for o presidente da República. Quem manda no Brasil é o Congresso Nacional. Não se governa sem a harmonia entre Palácio do Planalto, Câmara Federal e Senado da República. É a regra do jogo. Um grande território do vale- tudo, inclusive, de alianças impossíveis.
ACM Neto e Bivar querem eleger deputados federais e senadores. Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet, Moro e Rodrigo Pacheco, miram a fusão do DEM com PSL. Podem se aliar ou herdar muitos que discordam da negociação política que envolve os dois partidos. A realidade é bastante clara: o União Brasil tem dinheiro e poder, parte do centrão com o fisiologismo moderno, algo que só saberemos melhor após a janela partidária e a eleição de outubro.