segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Federações de partidos começam a ser resolvidas pelo TSE e vão marcar a junção de partidos, tempo no horário político e muito dinheiro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para esta terça-feira, 8, uma sessão plenária, para resolver a fusão entre DEM e PSL, e fazer surgir o União Brasil, um partido que passaria a ter a maior bancada no Congresso Nacional e o maior volume de dinheiro dos Fundos Partidário e Eleitoral. A fusão resolvida, o TSE passaria a cuidar da pauta prioritária para os partidos: a formação de federações de siglas. A federação é uma coligação, que os partidos não podem dissolver até o encerramento do mandato. 22 dos 32 agremiações sinalizaram interesse em se unir na gestação, em grupos diferentes. 

Os dirigentes partidários estão sugerindo ao TSE a formação da federação de partidos no mês de agosto, prazo final para a realização de convenções e não o mês de março, como prevê a legislação eleitoral. Os chefes dos partidos teriam possibilidade e tempo de analisar melhor o cenário político. Faz sentido. O tiro curto, como os líderes partidários chamam a campanha eleitoral, ficaria melhor explicado para os candidatos proporcionais e estimularia a eleição majoritária. 

O maior momento da pré-campanha ocorre no mês de março, com a chegada da janela partidária, momento no qual detentores de mandatos podem trocar de partidos, ajustando seus interesses e dos partidos. A janela é usada por candidatos para buscar partidos que facilitem a eleição. A federação e a janela partidária se somarão ao final do jogo político.

Onde está o pulo do gato? A resposta é simples. Tempo de rádio e TV e o dinheiro do Fundo Eleitoral, cerca de R$ 5 bilhões, que vão irrigar as campanhas nos estados e a presidencial. A força política das alianças terão esses ingredientes para impulsionar o crescimento das representações no parlamento e se tornarem vencedoras nas eleições para governos estaduais. 

Ao eleitor, nesse período, cabe o papel de acompanhar o momento pertencente aos partidos para se ajustarem, atraindo lideranças com muitos votos. A federação é uma ferramenta importante para sepultar siglas de aluguel, cabos eleitorais e até mesmo acabar com currais, onde chefes políticos se eternizaram em mandatos legislativos. É um avanço. O maior problema é tentar impedir a utilização de brechas na legislação para evitar combinações, ou seja, federações para apenas manter vivos partidos condenados à extinção, por serem siglas destinadas a sustentar financeiramente, com o dinheiro público, raposas políticas.