domingo, 23 de janeiro de 2022

Servidores do Judiciário querem reajuste de 20% e anunciam paralisação para fevereiro

Assim como os funcionários públicos do governo federal, servidores do Judiciário cobram reajuste salarial em 2022. A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) pede reajuste salarial de 19,99%. O percentual representa a inflação acumulada nos 3 primeiros anos do governo Bolsonaro. 

O Judiciário volta do recesso em 1º de fevereiro. No dia seguinte, os funcionários públicos prometem fazer uma paralisação e um protesto para cobrar o reajuste salarial. A data foi escolhida pela Fenajufe por causa da retomada das atividades no Judiciário e no Congresso Nacional. 

Segundo o coordenador-geral da Fenajufe, Fabiano dos Santos, o calendário de mobilização inclui o estado de greve no período de 14 a 25 de fevereiro e o indicativo de greve no dia 9 de março. 

Santos disse que a ideia é fazer um movimento unificado. “Estamos dispostos a fazer a construção de uma greve unitária do funcionalismo, com as demais categorias”, afirmou. 

Em uma reunião a ministra Rosa Weber, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a Fenajufe apresentou estudos que demonstram e embasam a necessidade de recomposição salarial para todos os servidores e servidoras do Poder Judiciário Federal e de todo o conjunto do funcionalismo público brasileiro. O encontro aconteceu na última quinta-feira (20) por videoconferência. 

Os representantes dos servidores afirmaram a Rosa que o Orçamento previsto para o Poder Judiciário em 2022 é de R$ 47,7 bilhões, sendo que o teto de gastos nesta área – a partir de uma mudança de cálculo feita pelo governo para aumentar as despesas públicas neste ano – foi elevado a R$ 49,9 bilhões.

“Não queremos usar dinheiro da saúde e da assistência social, e sim a verba prevista para o próprio Poder Judiciário. Em vez de esses R$ 2,2 bilhões voltarem sem rubrica carimbada, podem ser destinados aos servidores que estão com perdas salariais”, disse o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais (SitraeMG), Alexandre Magnus. 

A Fenajufe representa os técnicos e analistas do Judiciário. Uma eventual paralisação da categoria pode afetar o acesso à Justiça Federal, do Trabalho e Eleitoral.