O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, nas suas palestras presenciais pelo sertão para gestores públicos e nas redes sociais, em entrevistas e debates, pontua que, durante sua estadia em São Paulo, a cursar doutorado em economia, era abordado por economistas, juristas e professores, com a seguinte pergunta: porque o Ceará está dando centro? Dono de um grande poder de comunicação, explicou com uma frase: gestão fiscal, austeridade e projetos para atrair investimentos.
“Até no futebol o Ceará faz sucesso e está dando certo”, disse Roberto Cláudio, em conversa, pela internet, com os presidentes do Fortaleza, Marcelo Paz, e do Ceará, Robson de Castro. Os dirigentes dos clubes confirmaram que jogadores têm salários superiores aos de executivos de grandes empresas e que o dinheiro de todos circula na economia do Ceará. O futebol foi usado por todos para mostrar o bom momento cearense no mundo fiscal, onde a governança prevalece e o poder público gera recursos para financiar seus custos, investir e ter posição privilegiada no cenário que atrai empreendimentos como a siderúrgica, o hidrogênio verde, a indústria de calçados, de confecção, de laticínios e empresas de tecnologia.
O senador Cid Gomes, líder do PDT no Senado Federal e maior fiador da política de gestão e governança implantada no Ceará, sempre cita o território cearense como um ponto fora da curva. Ou seja, um exemplo a ser seguido em setores como a área fiscal, educação, saúde e assistência social. “O Brasil conhece o Ceará pelos resultados na educação e organização das contas públicas. Isso nos orgulha”, diz Roberto Cláudio, exibindo números, dados e fazendo comparações entre o Ceará e outros estados.
O Orçamento do Estado do Ceará, enviado pelo Governo e aprovado na Assembléia Legislativa, exibe algo novo em se tratando do Nordeste. A nossa receita própria supera em quase 100% o Fundo de Participação dos Estados (FPE), repassado pela União. O vigor da geração de impostos dentro do Estado é reflexo da chegada de novas empresas e da permanência das que já estavam instaladas. São negócios que recebem incentivos, mas fazem gerar algum imposto e movem a economia.
Voltando à pergunta feita Brasil afora, a respeito do porquê do Ceará ter dado certo, a resposta está na prestação de serviço ofertada pelo poder público. Por exemplo, nas boas condições das rodovias, no ensino público de qualidade, na oferta de serviços na área da saúde e no amparo aos vulneráveis. Falta muito, claro. São 521 anos de desequilíbrio, onde poucos têm muito e muitos possuem pouco. Desafios nos quais precisamos de gestores que sigam a trilha de abraçar uma série de projetos de sucesso, para continuarmos desafiando o que o semiárido nos impõe em dificuldades.