O governador Camilo Santana é a estrela do PT no Brasil. Camilo brilha, como o governador mais bem avaliado do País e se tornou a liderança que serve de espelho para uma futura gestão petista na Presidência da República, se Lula vencer a eleição, conforme mostram as pesquisas. O governador cearense, por ter o cacife de bom gestor, é alvo de disputa entre o PDT e o PT, em território nacional, e por parte do seu partido, no Ceará.
Como uma montanha de granito, Camilo Santana não se move em apoio aos que desejam o PT longe do PDT no Estado. No campo Nacional, Camilo respeita a disputa pela Presidência, onde Ciro e Lula são candidatos. O jogo dentro da esquerda e centro-esquerda está longe de um desfecho. Camilo aposta no tempo para acontecer uma aproximação maior entre o partido fundado por Brizola e o liderado pelo ex-presidente Lula.
O pequeno grupo do PT do Ceará que se opõe a uma aliança com o PDT ainda não aprendeu as lições do eleitor. Na três últimas, em Fortaleza, os candidatos do PT foram derrotados. No campo estadual, houve duas vitórias do PT com Camilo Santana. Nas duas últimas eleições municipais, os candidatos do PT sequer chegaram ao 2º turno. Lições são para ser aprendidas.
Camilo Santana se tornou o principal personagem e o agente entre Lula, Ciro e o senador Cid Gomes. Lula pediu ao governador cearense para mediar e harmonizar o ambiente político cearense. A tese é simples: o adversário é Bolsonaro. Fica, muitas vezes, difícil para o núcleo pensante do PT entender a diretriz que um segmento do partido pretende alcançar. Bem. O problema interno no PT existe, não é de hoje, e os personagens que geram a crise seguem com suas estratégias eleitorais e não partidárias.
Em um provável governo Lula, os petistas são unânimes em afirmar que o governador Camilo Santana será ministro e de uma pasta poderosa. Por isso, creem em duas teses: Camilo fica até o último dia de mandato e será ministro, por comandar a campanha de Lula no Ceará ou deixa o governo, para ser o senador do Lula, montando o palanque para ele. Sair ou ficar no governo é uma decisão pessoal do governador, mas o apoio direto ao ex-presidente Lula é improvável. Camilo seguirá com Ciro e Cid. Sua missão é arrumar a casa e costurar a aliança para o segundo turno, se Ciro não chegar lá.
De qualquer forma, a disputa pelo apoio do governador cearense conforta os dois lados. Camilo agrega pelo seu estilo sempre sóbrio, pensador e de diálogo, que o transformou no ator político mais disputado na pré-campanha.