sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Sucessão presidencial ganha maior dimensão, com a entrada de Sérgio Moro

Quem é mesmo Sérgio Moro? A resposta teremos, muito em breve. O ex-juiz, que mandou para a cadeia os maiores empresários do país, a elite do serviço público, as mais expressivas lideranças políticas e recuperou mais de R$ 10 bilhões roubados do Erário, agora, está no alvo dos holofotes, como cidadão comum e será desnudado, investigado, passado a limpo. Moro jogou seu nome e sua história para o Mundo o investigar, descobrir quem ele é, realmente. 

Para uma grande parte dos brasileiros, ele é o arauto da verdade, um juiz ético e imparcial, um homem defensor das melhores práticas no serviço público e um perseguidor de corruptos, na relação entre o poder público e a iniciativa privada. Para outra multidão, foi escalado pela direita mundial e os Estados Unidos para retirar a esquerda do poder, massacrando seu líder maior, o ex-presidente Lula. Para outra multidão da direita, é um corrupto como qualquer outro porque se desentendeu com Bolsonaro, o presidente impulsionado pela Lava Jato, por ele comandada. A chegada do homem da Leva Jato, em plena pré-campanha, colocou fogo no debate e vai servir para ampliar as análises sobre o Brasil que queremos. 

Sócrates, filósofo que viveu antes de Cristo e contribuiu para a evolução humana, se tornando fonte e guia de milhões de pensadores, escreveu que “há quatro características que um juiz deve possuir: escutar com cortesia, responder sabiamente, ponderar com prudência e decidir imparcialmente”. Albert Einstein, o físico que impulsionou a teoria da relatividade, modernizando o Mundo para o consumo, ponderou que “quem decidir se colocar como juiz da verdade e do conhecimento é naufragado pela gargalhada dos deuses”.  Publílio Siro que cuja sabedoria o tornou livre após ser escravo, e grande escritor e autor do livro “Sentenças”, que resume o papel do juiz disse: “Uma boa causa não teme nenhum juiz”. Moro, mesmo sem a toga, será tratado como juiz, no decorrer das discussões que envolverão a pauta do país. O ex-magistrado, também, sera interpelado, por conta das suas decisões no cargo e se elas tinham por meta chegar ao comando da Nação. 

Moro teria feito Justiça ou política? O direito é um amplo campo de debate, de dúvidas, interpretações e até mesmo de divergências. Mas  o direito não permite o errado, sob pena do juízo ser imperfeito, capaz de prejudicar. O direito tem que ser justo. Os bolsonaristas tinham Sérgio Moro como referência. Agora, não mais. O que houve com o inspirador que mexeu com a  Nação, ao prender corruptos, sem olhar a ideologia? Talvez, a pré-campanha esclareça pontos que a população desconhece. 

No seu discurso, ao se filiar ao Podemos, nanico partido político, o ex-juiz foi direto ao ponto. “Chega do Brasil das rachadinhas, dos que querem levar vantagem em tudo”, declarou, tendo como alvo o presidente Bolsonaro, a quem serviu como ministro da Justiça e cabo eleitoral, talvez, usando a caneta de juiz. Moro tem muito a esclarecer, mas sem dúvida é um bom produto para valorizar a campanha eleitoral. 

Agora, além de Bolsonaro, que tenta a reeleição, Lula e Ciro, o debate recebe Sérgio Moro. Todos podem ocupar o Palácio do Planalto, por serem os preferidos do eleitor. Com certeza, as próximas pesquisas vão trazer novos números, com uma nova maneira de avaliação da opinião pública. 


O mais importante, nos quatro nomes que lideram intenções de votos, é termos o passado, representado por Lula, o presente, com Bolsonaro, e o futuro, com Ciro e Moro. O cardápio parece apetitoso e o jogo está começando a ganhar sentido de esperança. O mais relevante é a decisão do eleitor, o maior juiz. Decidir errado, mais uma, vez pode custar caro porque vai adiar ainda mais o crescimento do país, as melhorias na educação, saúde, segurança, economia, emprego e renda.