sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Lula e Bolsonaro começam a perder espaço, com surgimento de nomes para uma terceira via

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, ao ser lançado pré-candidato do PSD à Presidência da República foi direto ao ponto. Atacou Bolsonaro, declarando que o “Brasil está afundando, com um governo que tenta desmantelar o Congresso Nacional e o poder judiciário e maltrata a população”. Foi recado direto de um influente homem público, que deixou claro como deve ser o discurso para sonhar com um lugar no segundo turno da eleição presidencial. Pacheco, eleito senador em Minas Gerais, com quase quatro milhões de votos, segue a linha do ex-juiz Sérgio Moro, que partiu para cima do presidente Bolsonaro, a quem acusa de destruir a economia do Brasil, estabelecer uma linha de desprezo à população e patrocinar a carestia para um povo empobrecido. 

O PSDB, em frangalhos, não consegue resolver nem mesmo organizar a votação das prévias que escolherá o candidato do partido ao Palácio do Planalto. Os discursos dos três tucanos que estão na disputa são parecidos e tem como alvo o governo Bolsonaro. Eles o consideram o pior que já passou pelo Planalto Central. Outro pré-candidato, Luiz Henrique Mandetta levanta o tom contra o presidente, que considera ser um “genocida”. O cerco a Bolsonaro está se fechando. São partidos de centro e centro-direita arrancando votos do presidente, que pretende se filiar ao PL, no próximo dia 30, e contar com o apoio do PP, se tornando o candidato do centrão, com respaldo de Valdemar Costa Neto e do ministro e senador Ciro Nogueira. Bolsonaro poderá se tornar um cadáver, antes mesmo da virada do ano, caso se confirme, de verdade, a queda nas pesquisas de popularidade e do seu governo. 

O ex-presidente Lula, pelo campo da esquerda e centro-esquerda, navega com muitas turbulências. Ele tem uma boa intenção de votos, mas a rejeição ao seu nome se aproxima dos 70% e não baixa, só cresce. Lula pode se tornar um presidente impopular, um caso a ser estudado ou buscar outro nome para apoiar. Ciro Gomes é a grande opção, por ser um homem preparado e disposto ao desafio de reconstruir o País. O campo da esquerda não deve ampliar o número de candidatos e vários setores trabalham para que apenas um vá para a disputa. 

A Nação acompanha os movimentos dos nomes que estão, há algum tempo, na estrada e os pré-candidatos lançados. Sem dúvida, existe qualidade para um debate. Lula, Ciro, Moro, Pacheco e Bolsonaro formam uma boa bancada para discutir o Brasil. Esses debates podem ser decisivos. Ciro Gomes aposta alto na fase de enfrentamentos da campanha para ampliar seu eleitorado. A militância política, o papel das redes sociais no debate nacional e a atenção do eleitor ao que ocorre no Brasil levam a acreditar que teremos uma campanha com grande envolvimento, o que é muito bom.

Os nove pré-candidatos estão distribuídos ideologicamente em campos diversos. A alta rejeição ao bolsonarismo está pulverizando o campo da direita e centro- direita, que já lançou sete candidatos e outros podem surgir. Simone Tebet (MDB) deve surgir como a primeira mulher para a disputa de 2022. 

O eleitor está na sua expectativa. Quer ver o embate entre Lula e Ciro, Moro e Lula. O certo é que existe um ambiente novo, com bons nomes e um país que precisa sair do buraco. São mais de 120 milhões de brasileiros na miséria e outros 50 milhões vivendo em condições precárias. O Brasil se tornou um país com poucos ricos e 90% de pobres. O governo é o responsável pelo grande desequilíbrio social.