segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O Brasil que não ama suas crianças e nega recursos para a pesquisa e a ciência precisa mudar


A CPI da COVID-19 traz uma triste revelação para a sociedade brasileira: a pouca preocupação com as crianças e a completa falta de investimento em ciência e tecnologia e na pesquisa. Mas, qual a ligação entre criança e pesquisa? Tudo. É na escola que desenvolvemos mentes. Os pesquisadores americanos, indianos, chineses e da Inglaterra, são exemplos. A média de idade dos cientistas é  de 30 anos, todos com pós-doutorado. Esses jovens pesquisaram e desenvolveram vacinas contra o Coronavirus. A redução de casos e mortes comprova a eficácia dos imunizantes. China, Estados Unidos e Inglaterra faturaram mais de 3 trilhões de dólares vendendo vacinas. O Brasil só comprou, e com atraso. Vale ressaltar o esforço dos pesquisadores do Instituto Butantan, que montaram a vacina coronavac em sua linha de produção. Foi a saída para segurar o número de mortos. 

Comemoramos, nesta terça-feira, o dia da criança, com o Brasil atingindo a triste marca de cerca de 12 milhões de crianças sem ter ido à escola, e ainda 24 milhões que a abandonaram. As nações mais desenvolvidas do mundo colocam as crianças na escola, os pais são obrigados a levá-los, acompanham a educação escolar, e tudo de graça. O americano pobre e o rico estudam na mesma escola. O mesmo ocorre na China. No Brasil, o rico e filhos de classe média estudam em escolas particulares, os pobres na escola pública. Mais grave, o rico da escola particular ocupa 80% das vagas dos principais cursos em universidades públicas como medicina, odontologia, direito e comunicação. Já o pobre pega dinheiro no banco para pagar um curso do mesmo nível. A criação de cotas equilibrou um pouco essa enorme desigualdade. 

Em um dos depoimentos à CPI da Covid no Senado Federal,  o ministro da saúde Marcelo Queiroga, confirmou que não existe investimento para desenvolver medicamentos e equipamentos para a área da saúde. “Até a máscara compramos no exterior”, relatou. A pesquisa inicia nos laboratórios da escola e se aperfeiçoa nas universidades públicas. O ensino superior privado no Brasil é de envergonhar de tão ruim. 

A CPI da COVID-19 não só descobriu e identificou criminosos que vão ter que pagar pelas mais de 600 mil mortes no Brasil, como irá incriminar gestores públicos por não cumprirem a Constituição, que diz ser papel do estado garantir a educação dos seus habitantes. Ficará ainda a lição na qual o país que investe em educação, pesquisa, e produz inteligência, está promovendo investimento e gerando riqueza. 

Olhando para o futuro, não será possível sonhar com avanços em áreas determinantes por estarmos cada vez mais dependentes das mentes dos países que investem na educação dos seus filhos, que dialogam com as famílias para produzir prosperidade. O Ceará é um pequeno exemplo para o Brasil, por acreditar na educação. A Embrapa é outra referência por ter revolucionado o setor agrícola brasileiro. A nossa estagnação está na nossa culpa ao eleger projetos de governantes sem compromissos com a vida, com as famílias e o crescimento da economia para gerar empregos e riquezas. 

O ex-ministro Ciro Gomes, alerta à nação todas as vezes que é entrevistado ou faz palestras, sobre a gravidade do momento em que o governo federal destruiu a base industrial e cortou recursos para pesquisa. Se o mundo assistir a outra onda de pandemia, perderemos mais e mais brasileiros porque não temos mentes para buscar saídas rápidas para solucionar o problema. O americano só nos vendeu vacinas após imunizar sua população, a Inglaterra fez o mesmo. A China foi genética com o Brasil, só forneceu o insumo para produzir a coronavac. É preciso apostar na educação, nas crianças.