segunda-feira, 20 de setembro de 2021

MPCE lança Setembro Amarelo, com evento sobre redes sociais e prevenção ao suicídio de crianças e adolescentes

O ambiente virtual cresceu com a pandemia, por necessidade e para suprir distanciamentos físicos, mas se tornou um ambiente de risco para a saúde mental, especialmente para crianças e adolescentes. O tema foi discutido nesta quinta-feira (17/09), durante o evento “Real e Virtual: redes sociais e prevenção do suicídio na infância e na juventude”, promovido pelo Programa Vidas Preservadas, do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), e transmitido no canal da instituição no YouTube. A atividade marcou o lançamento da campanha Setembro Amarelo 2021, desenvolvida pelo MPCE. 

O momento, na visão do promotor de Justiça Hugo Porto, coordenador do Programa Vidas Preservadas, é de entender qual a prioridade das sociedades brasileira e cearense na prevenção de mortes evitáveis. Para ele, nesse sentido, o Vidas Preservadas tem cumprido sua missão de ser horizonte, farol e visibilizar ações e políticas públicas através do diálogo, espaços de conciliação, mediação e com oitiva qualificada. “Esse é nosso 4º Setembro Amarelo, mas a preocupação antecede 2018. Hoje 124 municípios aderiram ao programa. Mas é importante falar em recursos, em agenda prioritária e em criar e consolidar uma grande de rede de proteção e preservação da vida”, considerou. 

Hugo Porto lembrou alertou ainda que o ciberespaço representa mais um desafio a ser transposto, com o fortalecimento de uma rede multissetorial de atendimento. “A pandemia transformou a forma como trabalhamos, nos relacionamos e vivemos. Interagimos com pessoas desconhecidas, recebemos diariamente notícias verdadeiras e falsas. Quando falamos de crianças e adolescentes, essa situação toma outra proporção. Ainda que as tecnologias tragam benefícios, trazem desafios. Cyberbuylling, deslikes, cancelamentos e haters são uma realidade que trazem desdobramentos na saúde mental e na ocorrência de suicídios e automutilação. Precisamos sair da desesperança, desespero, desalento. Empatia, esperança, energia positiva esforços comuns e plurais e efetividade das políticas públicas”.  

De acordo com o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, o cenário exige a continuidade de ações pensadas e executadas pelo Vidas Preservadas, com envolvimentos dos Centro de Apoio Operacional da Saúde (Caosaúde), da Educação (Caoeduc) e da Infância e da Juventude (Caopij). “É necessário trazer para o debate especialistas do campo teórico e prático. O tempo tem mostrado que o envolvimento de pessoas de diferentes instituições pensando medidas efetivas, é uma ferramenta capaz de poupar vidas. O tema é delicado, envolve direitos fundamentais, liberdade de pensamentos, mas precisa ser discutido na dimensão da autorregulação, controle e responsabilidade de empresas que administram as plataformas de redes sociais”, pontuou. 

Através do chat da plataforma, participaram professores, psicólogos, assistentes sociais e gestores de diversos municípios do Ceará, bem como dos estados de São Paulo e do Pará. Na ocasião, os participantes expuseram a necessidade de melhorias no atendimento, sobre como identificar problemas entre crianças e adolescentes e como melhorar o atendimento na rede de saúde dos municípios. De acordo com a representante da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará (ADMCE), Suellen Pinheiro, que tem articulado o Vidas Preservadas no interior, além dos 124 municípios que já aderiram ao programa, 52 já finalizaram seus Planos Municipais de Prevenção ao Suicídio, 72 estão em processo de conclusão e outros 3 já transformaram o plano em leis municipais. No próximo dia 24 de setembro, todos os planos serão finalizados.