segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Inacreditável: Temer e Bolsonaro, velhos amigos, juntos novamente para salvar o Brasil

 


Quando os brasileiros acreditavam que o ex-presidente Michel Temer estava morto politicamente, eis que ele  ressurge. Um jato da FAB foi buscá-lo em São Paulo e, vestido de bombeiro, desembarcou no gabinete do presidente Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Temer foi uma das maiores vítimas das Fake News de Bolsonaro. A amizade de 28 anos no Congresso Nacional ressurgiu. Qual o interesse de Bolsonaro em Temer?  Resposta: sua amizade com Alexandre de Moraes. Temer colocou Moraes no Supremo Tribunal Federal. Antes, havia nomeado-o para o Ministério da Justiça. Getúlio Vargas, que tinha mente golpista, costumava usar uma metáfora que ficou conhecida na política: “Nos tribunais arquivamos os amigos”. Bolsonaro quer que Temer desarquive Moraes para promover uma manobra com objetivo de anular o tal processo das Fake News e dos atos antidemocráticos que está levando para a cadeia amigos do presidente fabricantes de mentiras nas redes sociais e defensores do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Temer, chamado de “vampiro” pelos bolsonaristas,   colocou logo Bolsonaro e Alexandre de Moraes para conversar no telefone e foi marcado um encontro. Após o telefonema, bem ao estilo Temer, Bolsonaro assinou uma “Carta à Nação” prometendo ficar bem comportado até o final do mandato, jogando no lixo seu discurso do dia 7 de Setembro com uma frase: “palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum." Parece roteiro de novela ou do humorístico A Praça é Nossa, do SBT. 


O ex-presidente Temer era vice da presidente Dilma Roussef. O deputado Eduardo Cunha, MDB, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, cassou a presidente e botou Temer em seu lugar, com o apoio do Senado Federal. O episódio foi batizado de “golpe”. Temer não teve um só dia de paz em seu governo, que começou em agosto de 2016 e terminou em 1º de janeiro de 2019, quando passou a faixa para seu desafeto Jair Bolsonaro. Temer, em seguida, foi parar na cadeia por crime de corrupção. 


O que o Brasil pode ganhar com a dobradinha Temer/Bolsonaro? Nada. Politicamente Bolsonaro vai afundar ainda mais. Michel Temer deixou o governo com 2% de popularidade. Os brasileiros o rejeitam. Sun Tzu, um general chinês que escreveu a obra “A Arte da Guerra”, livro que o Bolsonaro não deve ter lido, escreveu: 

“Obter cem vitórias em cem batalhas não representa o máximo da habilidade. O máximo da habilidade é subjugar o inimigo sem lutar.” 


O governo Bolsonaro se tornou uma repetição da era Temer. Foi o ex-presidente que dolarizou o preço dos combustíveis, da carne, das chamadas “comodites”, matéria prima para exportação. Bolsonaro, assim como Temer, montou estratégia para concluir obras iniciadas nos governos do PT. O atual governo não modernizou o Brasil, tão necessário. Pior, assistimos todos os dias o caos para se obter vacinas. O mundo inteiro já vacinou sua população.


A semana está começando. A CPI da COVID-19 vai chegar na família Bolsonaro através de novos fatos envolvendo compra de vacinas e medicamentos. Zé Trovão,  o caminhoneiro que conversa com o presidente da República, preso no México irá beijar o chão frio da cadeia brasileira e o Congresso não vai votar a indicação de Bolsonaro para o STF. André Mendonça continua na geladeira.