sábado, 21 de agosto de 2021

Guedes coordena a difícil privatização dos Correios: a empresa tem um grande patrimônio cultural tombado e 358 anos de história

 


O ministro da Economia, Paulo Guedes, está correndo contra o relógio para vender os Correios, uma das empresas públicas mais lucrativas do país e a mais antiga da nação com 358 anos. 


Guedes coordenou reunião ampla sobre o processo de privatização dos Correios e chamou todo seu grupo do Ministério da Economia. Participaram o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o advogado-geral da União (AGU), Bruno Bianco Leal, o presidente dos Correios, Floriano Peixoto Vieira Neto, acompanhado de diretores da empresa, secretários especiais do Ministério da Economia e assessores da AGU e do BNDES.


O negócio para ser executado precisa antes da solução para muitos problemas. Por ser a mais antiga empresa do Brasil com cerca de 358 anos, batizada como “Correio Mor” e nos anos 60 rebatizada de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o Correio é, um patrimônio dos municípios e dos estados, não só da união. Em cada cidade brasileira tem um prédio dos Correios tombado. Um patrimônio intocável, inegociável.  


As entidades que atuam na área de preservação, estão de olho no processo de privatização. Outras entidades ligadas aos trabalhadores também estão monitorando o negócio. O ambiente vai esquentar. 


Vender empresas lucrativas como os Correios é tudo que o mercado deseja. Negócio altamente rentável para quem compra e ruim para quem vende. A Bolsa de Valores está  de asas abertas para bater o martelo. Empresas Bilionárias estão observando o processo e de caixa aberto para comprar. O melhor, o ministro Paulo Guedes, copiando o modelo do governo Fernando Henrique Cardoso quer o BNDES e Bancos Regionais ajudando, ou seja, emprestando dinheiro as empresas interessadas na compra. Seu banco preferido , o BTG deve ficar fora, por conta do risco.


O processo de privatização de empresas públicas no Brasil é  vergonhoso. O Congresso Nacional é o grande responsável pela falta de ordenamento. A cada governo, presidentes satisfazem a gula fe empresários torrando empresas, sem medir consequências. O presidente Fernando Henrique Cardoso  privatizou toda área de telecomunicação e vendeu o setor elétrico. Também jogou nas mãos da empresa privada a Vale do Rio Doce, maior empresa de mineração do mundo.  O mais grave, a soberania nacional do minério foi junto. Pior ainda, toda venda foi bancada com recursos do BNDES, um banco público. Dilma e Temer venderam estradas e aeroportos. Bolsonaro está torrando portos, rodovias e vai vender os Correios. O Congresso Nacional, formado pela Câmara Federal e o Senado da República, deveria sentar com técnicos do governo e formatar  um diagnóstico, um plano  de privatização. No retalho, sem planejamento tudo perde o valor e desagrada a nação.