sábado, 31 de julho de 2021

No Ceará, prefeito é condenado por “meter a mão” em dinheiro de idosos

 


Acusações por uso de dinheiro indevido em campanha eleitoral levaram a Justiça a condenar o prefeito de Pentecoste, município localizado a 90km de Fortaleza. O gestor da cidade, João Bosco Pessoa Tabosa, teria utilizado a verba nas campanhas de 2016, quando foi eleito prefeito contando com mais de 60% do eleitorado local.


De acordo com a Justiça, o sistema criminoso envolvia, além do prefeito, Maria Clemilda Pinho de Sousa, primeira-dama e ex-secretária de Administração e Finança. Integrando o esquema criminoso, a lista também conta o sobrinho de Maria Clemilda e com Pedro Hermano Pinho, ex-presidente da Câmara Municipal.


O caso veio a público após denuncias protocoladas pelo Ministério Público do Ceará. De acordo com o órgão, duas pessoas aplicavam golpes envolvendo contas bancárias de idosos aposentados e pensionistas. Este dinheiro, segundo denúncia apresentada pelo MP, era repassado ao atual prefeito e ao ex-presidente da Câmara Municipal para o financiamento das campanhas.


Estas duas pessoas também foram condenadas. De acordo com a Justiça, as ações praticadas pela dupla consistiam em estelionatos por meio de empréstimos e adiantamentos de 13º salários sem autorização dos idosos. Presa após denúncias das vítimas, a golpista forneceu à Promotoria de Justiça de Pentecoste uma série de fotos e vídeos, através de colaboração premiada, apontando a participação das autoridades municipais no esquema criminoso.


‘Rachadinha’?

O MP diz, ainda, que o sobrinho da primeira-dama, eleito vereador, quando assumiu a função de presidente da Câmara de Pentecoste, nomeou a golpista como assessora parlamentar. A ação seria em agradecimento e como forma de pagamento ao serviço ilícito prestado por ela. A mulher, entretanto, nunca compareceu ao local para trabalhar e mesmo assim continuou recebendo o salário integral como funcionária da casa. O pagamento era dividido com outras pessoas a mando do vereador. O político também ajudou a estelionatária a fugir da Justiça.


A atual primeira-dama foi condenada pelos crimes de estelionato e favorecimento pessoa. Por sua vez, o prefeito em exercício no município de Pentecoste foi condenado pelo crime de estelionato. A pena restritiva de liberdade foi substituída em duas restritivas de direito. A primeira é a de prestação de serviços à comunidade, em especial ambiente de atendimento e amparo à pessoa idosa, que se deve realizar à razão de uma hora por dia. Enquanto a segunda é o pagamento de um salário-mínimo para cada uma das vítimas incluídas na ação penal.


(A Notícia do Ceará)